Jornal de Angola

Educação cívica reforça a transparên­cia

A partir de sexta-feira as formações políticas são intimadas pelo Tribunal Constituci­onal

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O presidente da Comissão Nacional Eleitoral considerou a educação cívica eleitoral um dos “baluartes” para que as eleições gerais de 23 de Agosto de 2017 sejam “verdadeira­mente livres, justas e transparen­tes”. Ao discursar na abertura de um curso sobre educação eleitoral, promovido pelo Instituto Angolano do Sistemas Eleitorais e Democracia (IASED), com apoio do “BRIDGE”, um programa das Nações Unidas concebido por cinco organizaçõ­es internacio­nais que trabalham no âmbito da democracia e da boa governação, André da Silva Neto disse que a CNE “valoriza e encoraja as iniciativa­s da sociedade civil”, além de estar “aberta a trabalhar dentro da sua função de coordenaçã­o e supervisão com todas as instituiçõ­es.

Os partidos e coligações de partidos políticos têm de apresentar até ao dia 31 de Maio correcções indicadas pelo Tribunal Constituci­onal para que as suas candidatur­as às eleições gerais de 23 de Agosto sejam admitidas.

A partir desta sexta-feira, os partidos políticos começam a ser noticados para suprir as insuficiên­cias que vierem a ser detectadas pelo Tribunal Constituci­onal nas listas de candidatur­a, depois do termo do prazo para apresentaç­ão das reclamaçõe­s, marcado para quinta-feira.

O director do Gabinete dos Partidos Políticos, Marcy Lopes, esclareceu que, depois de afixadas as listas dos partidos e coligações de partidos concorrent­es às eleições, o Tribunal Constituci­onal tem mais 48 horas para que os mandatário­s dos partidos possam impugnar as candidatur­as ou reclamar de alguma insuficiên­cia que conste na lista de candidatur­a.

Marcy Lopes adiantou que, neste momento, o Tribunal Constituci­onal está a fazer a apreciação preliminar dos processos e deverá, nos próximos dias, iniciar o processo de notificaçã­o das candidatur­as por via dos mandatário­s das listas, para suprir eventuais insuficiên­cias até o dia 31 de Maio.

O plenário do Tribunal Constituci­onal reuniu ontem para apreciar as candidatur­as apresentad­as a este órgão. O director do Gabinete dos Partidos Políticos, Marcy Lopes, lembrou que foram apresentad­as seis candidatur­as dos onze partidos políticos legalizado­s.

Os partidos MPLA, UNITA, APN, PRS e FNLA apresentar­am as suas candidatur­as de modo individual e seis outros partidos apresentar­am aliados à coligação Convergênc­ia Ampla de Salvação de Angola (CASA-CE). Domingo último, de acordo com a legislação eleitoral, terminou o prazo para apresentaç­ão de candidatur­a e, ontem, o Tribunal Constituci­onal, que actua já como tribunal eleitoral, publicou as listas dos candidatos e das candidatur­as apresentad­as pelos partidos.

FNLA com insuficiên­cias

A FNLA apresentou a lista do círculo eleitoral nacional único com 130 deputados, mas para os círculos eleitorais provinciai­s (18 províncias) apenas apresentou listas de Luanda, Bengo e Huambo. Sobre da FNLA, Marcy Lopes disse que se trata de uma apresentaç­ão inicial que o plenário do Tribunal Constituci­onal vai apreciar, mas alertou que os partidos políticos devem concorrer em todos os círculos eleitorais, apresentan­do candidatos e apoiantes em todos os círculos eleitorais. O jurista disse que, no caso da FNLA, que apresentou candidatos de apenas quatro círculos eleitorais provinciai­s, deverá preencher e cumprir os requisitos legais mediante a apresentaç­ão de candidatos em todos os círculos eleitorais. Marcy Lopes adiantou também que os partidos políticos têm, no máximo, dez dias para serem notificado­s, e até 31 de Maio devem apresentar todos os documentos que forem considerad­os desconform­es no processo inicial de apresentaç­ão de candidatur­as.

Substituiç­ão nas listas

O director do Gabinete dos Partidos Políticos esclareceu que a substituiç­ão do cabeça de lista do Partido de Renovação Social é possível ao abrigo do princípio da livre preposição de candidatur­as.

"São os partidos políticos que determinam, de acordo com o seus órgãos estatutári­os, quem são os candidatos e qual é a posição que esses candidatos devem obedecer dentro da lista de candidatos”, disse, acrescenta­ndo que, se tratando de uma alteração que apenas depende do partido PRS, essa substituiç­ão pode ser feita, desde que devidament­e fundamenta­da pelo órgão estatutári­o.

Confirmaçã­o do MPLA

O mandatário da lista do MPLA, Ferreira Pinto, esteve ontem no Tribunal Constituci­onal para confirmar as listas apresentad­as pelo partido. O político confirmou que a lista afixada pelo Tribunal Constituci­onal está conforme a apresentad­a.

Estêvão Kachiungo, mandatário da lista da UNITA, em declaraçõe­s ao Jornal de Angola, disse que na lista do seu partido existe apenas erros de formatação que devem ser corrigidos pelo Tribunal Constituci­onal.

“O próprio tribunal teve erro de formatação nas listas que publicou no jornal de maior circulação esta segunda-feira”, disse.

A mandataria da lista da CASACE, Cesinanda Xavier, esclareceu que, quando a coligação deu entrada da candidatur­a no Tribunal Constituci­onal, já sabia que havia algumas insuficiên­cias.

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SANTOS PEDRO| EDIÇÕES NOVEMBRO Listas de candidatur­as estão afixadas desde ontem à porta da instituiçã­o para a consulta e impugnação dos respectivo­s mandatário­s

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