CARTAS DO LEITOR
Programas de governação
Está a aproximar-se a data das próximas eleições gerais. Sempre que dou uma olhada ao calendário, noto que o dia 23 de Agosto já não está assim tão distante.
Participei, como eleitor, nas eleições de 2008 e 2012. Se Deus quiser, participarei, mais uma vez, nas eleições deste ano. Por esta razão, não vejo a hora de participar nas próximas eleições.
Mas antes mesmo de desejar que essas eleições cheguem, gostaria, primeiro, de ter a oportunidade de avaliar os programas de governação dos partidos políticos. Até agora, só tive acesso ao programa de governação do MPLA.
Não sei o que se passa com os outros partidos para não apresentarem também os seus. Este é um documento que, a meu ver, os partidos deveriam tornar público o mais cedo possível, por forma a permitir que cada cidadão, potencial eleitor, consiga ver e analisar o que propõem para o país, caso cheguem ao poder. Não devem deixar para o fim a apresentação desse documento. Isso até só prejudica os partidos concorrentes às eleições.
Não podemos confundir as entrevistas que são dadas aqui e acolá com os programas de governação. Uma coisa é falar bonito outra é fazer. As palavras voam. Nem todos os cidadãos, sobretudo os eleitores, têm a oportunidade de acompanhar essas entrevistas. E também não é por via de uma entrevista que se convence o cidadão a votar no partido A ou B. O cidadão precisa de ver e analisar, ponto por ponto, a visão do partido que aspira ao poder, através do seu programa de governação.
Os partidos que até agora não publicaram os seus programas de governação correrão sérios riscos nas eleições. Estão a obrigar os cidadãos a ir às urnas sem informações sobre os seus programas de governação. Isso poderá ser fatal para eles.
Chamadas anónimas
Estou preocupado com uma situação que está a ganhar corpo, a cada dia que passa, na nossa sociedade. Há um grupo de indivíduos desconhecidos que tem estado a ligar para as pessoas disfarçando-se de funcionários bancários.
Eles pedem diversas informações. Se a pessoa não fica atenta, fornece mesmo várias informações a seu respeito a esses indivíduos.
Não sei ainda o que eles fazem com as informações que conseguem. Mas além disso, o que mais me preocupa é como é que conseguem os números de telefone das pessoas. Onde os encontram? Quem os dá? Como sabem que temos contas domiciliadas em determinados bancos?
Recentemente, um deles ligou para mim à noite, através de um número privado, e apresentou-se como funcionário de um banco comercial. Entre outras coisas, ele disse que o tal banco estava a fazer um trabalho de actualização dos dados dos funcionários, pelo que precisava que lhe confirmasse algumas informações. Achei estranho e não aceitei fornecer-lhe informação alguma.
Aborrecido, ele desligou o telefone. Dias depois, tomei conhecimento de que não era o único a receber tal chamada. Mais pessoas já tinham recebido a mesma chamada. Pela gravidade desse acto, é urgente que a Polícia entre já em acção para desmantelar essa rede de criminosos.
Não vamos esperar que eles concretizem os seus actos. Mais do que prender esses marginais e desmantelar a rede é fundamental que se descubra, também, a forma como eles conseguem os números de telefone das pessoas.
Combate à malária
Escrevo para incentivar as autoridades a continuar o seu árduo trabalho na luta contra a malária, que é a principal causa de mortes em Angola. Que se dê todo o apoio às autoridades sanitárias do país para que possam realizar com eficiência este combate, a fim de se evitar mortes. Que se faça sobretudo um trabalho de prevenção da doença. É preciso que as acções de combate à malária estejam sobretudo focadas na eliminação das verdadeiras causas da doença.