Idade e histórico familiar entre os factores de risco
A idade, o histórico familiar, os genes, a dieta, a obesidade e as hormonas masculinas desenvolvidas são alguns dos factores que podem desencadear o aparecimento do cancro da próstata, alertou ontem, no Lubango, o médico urologista Paulo Luvangamo.
Durante uma palestra sobre o cancro da próstata, realizada por iniciativa da Administração Municipal, no âmbito das comemorações dos 94 anos da cidade de Lubango que se assinalam no dia 31 de Maio, o especialista informou que o cancro da próstata é uma tumoração maligna do tecido epitelial, que atinge pessoas do sexo masculino com idades compreendidas entre os 60 e 80 anos.
Paulo Luvangamo disse que o histórico familiar confere maior probabilidade, pois indivíduos que tenham parentes do primeiro grau com diagnóstico de cancro de próstata correm mais riscos de desenvolver a doença. O especialista apontou ainda como factores de risco o consumo de gordura de origem animal, a obesidade e os factores hormonais.
O médico explicou que existem vários sinais e sintomas que podem indicar a doença, como a retenção urinária, a necessidade frequente de urinar, de dia ou de noite, o aumento do tamanho da próstata e a presença de sangue na urina. “A doença quando detectada cedo permite aos médicos tratar a enfermidade, com castração ou extracção total da próstata, mas quando diagnosticada muito tarde e por ser uma enfermidade maligna, é mais difícil, mas pode ser prevenida do ponto de vista primário e secundário tendo em conta os factores de risco”, disse Paulo Luvangamo.
A nível do Hospital Central do Lubango “Dr.Agostinho Neto”, anualmente mais de 30 pacientes são submetidos a intervenção cirúrgica por causa desta doença.
O cancro da próstata é classificado como um adenocarcinoma, ou câncro glandular, que inicia quando as células glandulares secretoras da próstata sofrem mutações e se transformam em células cancerosas. A região da próstata em que o adenocarcinoma é mais comum é a zona periférica. Inicialmente, pequenos agrupamentos de células cancerosas se mantêm confinados às glândulas prostáticas normais, uma condição conhecida como carcinoma in situ ou neoplasia intraepitelial prostática (NIP ou PIN).
Embora não haja prova de que a NIP seja uma precursora do cancro, ela está intimamente relacionada. Ao longo do tempo estas células e multiplicam-se e espalham-se para o tecido prostático circundante formando um tumor. Eventualmente, o tumor pode crescer ao ponto de invadir órgãos próximos, como as vesículas seminais ou o recto. As células tumorais ainda podem desenvolver a habilidade de viajar através da corrente sanguínea.