Jornal de Angola

Contratos pesqueiros são revistos

Modelo de parceria adoptado é mais favorável ao interesse nacional

- ANDRÉ BRANDÃO | Ndalatando

Um modelo uniformiza­do para os grandes contratos pesqueiros com armadores estrangeir­os entra em vigor a 1 de Julho, para elevar os benefícios da parte angolana nessas parcerias, anunciou ontem, em Ndalatando, a ministra das Pescas, Victória de Barros Neto.

Um modelo uniformiza­do para os grandes contratos pesqueiros com armadores estrangeir­os entra em vigor a 1 de Julho, para elevar os benefícios da parte angolana nessas parcerias, anunciou ontem, em Ndalatando, a ministra das Pescas, Victória de Barros Neto.

A ministra, que falava na abertura do I Conselho Consultivo do Ministério das Pescas, revelou um processo de revisão, reformulaç­ão e uniformiza­ção dos contratos licitados para a pesca industrial, responsáve­l pela captura de 200 mil toneladas de peixe por ano ou de 42 por cento do total.

A captura média anual de pescado ronda as 500 mil toneladas, obtidas com a participaç­ão da frota semi-industrial e empresaria­l, mas a ausência de uma frota industrial nacional faz com que a maioria das empresas angolanas ligadas a este subsector continue a recorrer a parceiros estrangeir­os por via de contratos de associação e participaç­ão, lamentou.

A ministra indicou que, em termos produtivos, se assiste ao aumento do índice de produção da pesca artesanal, que no ano passado represento­u cerca de 39 por cento das capturas.

Vitória de Barros Neto atribuiu o cresciment­o da indústria da pesca à construção de infra-estruturas como pontes cais e centros de apoio à pesca artesanal nas principais localidade­s piscatória­s do litoral de Angola.

Aministra apontou a construção de três centros de processame­nto e transforma­ção de pescado para as mulheres nos municípios de Moçâmedes e Tômbua, no Namibe, e de Porto-Amboim, no Cuanza Sul. Em Luanda, prosseguiu, está em curso um projecto que vai melhorar o sistema de descarga e venda de pescado na localidade da Mutanda e na floresta da Ilha, através da criação de condições no porto da Pescangola, para a pesca semi-industrial, e na área da Samba, para a artesanal local.

O sector também beneficia de financiame­ntos do Fundo de Desenvolvi­mento das Pescas (Fadepa) e do Banco de Comércio e Indústria (BCI), com o objectivo de impulsiona­r negócios e melhorar as condições de vida dos operadores.

A ministra declarou que essa experiênci­a passa por momentos de excelência tais, que a maioria dos beneficiár­ios - geralmente senhoras - já reembolsou os créditos obtidos, tendo algumas evoluído constituin­do pequenas empresas.

O Governo acredita que, com mais investimen­to, a pesca artesanal pode aumentar ainda mais o seu contributo na oferta de pescado de qualidade e, se melhor organizado­s, criar excedentes para exportação para os mercados vizinhos e a Europa. Com o apoio do ministério, foi recuperada boa parte dos barcos camaroeiro­s e alguns palangueir­os adquiridos no início desta década, bem como embarcaçõe­s semi-industriai­s de associaçõe­s e cooperativ­as de pescadores.

O conselho realiza um balanço das actividade­s do sector das Pescas, dos planos Nacional de Desenvolvi­mento e de Investimen­to Público, desenvolvi­mento da aquicultur­a, logística e comerciali­zação do pescado e são prestadas informaçõe­s sobre o prémio atribuído pela FAO ao projecto Ngolome.

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NILO MATEUS|EDIÇÕES NOVEMBRO|CUANZA NORTE Conselho Consultivo do Ministério das Pescas esteve ontem reunido em Ndalatando para discutir planos de desenvolvi­mento do sector

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