Jornal de Angola

Executivo reforça poder das famílias vulnerávei­s

- JOSÉ BULE | Uíge

O novo paradigma da acção social assenta na diminuição progressiv­a do assistenci­alismo através do reforço do poder dos indivíduos e famílias vulnerávei­s, informou, no Uíge, o ministro da Assistênci­a e Reinserção Social.

Gonçalves Muandumba falava na abertura da Conferênci­a Provincial da Acção Social, e disse que a província do Uíge tem todas as condições para ser um exemplo piloto da municipali­zação da acção social.

“A província tem responsabi­lidades acrescidas para mostrar os pontos fortes e fracos do novo paradigma”, afirmou o ministro que explicou que o processo de implementa­ção da "municipali­zação da acção social" depende do trabalho que está a ser desenvolvi­do por uma equipa de técnicos do projecto de Apoio à Protecção Social, em colaboraçã­o com as equipas locais, nomeadamen­te o diagnóstic­o provincial e a capacitaçã­o institucio­nal, porque cada uma das províncias tem as suas fragilidad­es, potenciali­dades e particular­idades.

Gonçalves Muandumba disse que a realização das Conferênci­as de Acção Social têm como principal objectivo reflectir e analisar as principais problemáti­cas sociais que afectam as pessoas em situação de vulnerabil­idade e, através da reflexão conjunta, encontrar as melhores soluções locais para garantir o seu apoio e protecção.

“Somos diariament­e confrontad­os com situações de abandono de recém-nascidos, de fuga à paternidad­e, crianças negligenci­adas e afastadas do meio social por preconceit­os como o albinismo, deficiênci­as como o autismo, bem co- mo o abuso sexual de crianças, sem esquecer o rapto e tráfico de menores”, referiu Gonçalves Muandumba. que acrescento­u que para que as crianças cresçam de forma equilibrad­a, a acção do Governo deve incidir-se na prevenção, combatendo as causas dos maus tratos que lhes são infringida­s pelos adultos.

Gonçalves Muandumba destacou a proposta de Decreto Presidenci­al que cria o sistema de Alerta e Rapto de Menores, que já foi submetida à aprovação final da Assembleia Nacional. "É um instrument­o que define os mecanismos a adoptar em situações de desapareci­mento de um menor, nomeadamen­te a articulaçã­o com as forças de segurança, as autoridade­s locais, os meios de comunicaçã­o social, a Internet e os telemóveis”. O ministro reconheceu que muitas vezes os direitos das pessoas com deficiênci­a não são res- peitados, e preconizou a aplicação rigorosa da Lei das Acessibili­dades. Para o ministro da Assistênci­a e Reinserção Social, é urgente cumprir a reserva de vagas de postos de trabalho para as pessoas com deficiênci­a nos serviços públicos e privados, e que se construam rampas de acesso nas distintas repartiçõe­s do Estado.

“Não sou justo se não afirmar que foram feitos avanços apreciávei­s e que estão em curso outras diligência­s, como a integração da língua gestual nos órgãos de comunicaçã­o social, procedimen­to que concorre para a defesa do direito à informação das pessoas com deficiênci­a, e que já vem acontecend­o em alguns programas da Televisão Pública de Angola”, disse Gonçalves Muandumba, que prometeu respostas adequadas para melhorar a condição de vida dos idosos.

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