Jornal de Angola

Sangue do tipo negativo muito difícil de aparecer

- JULIANA DOMINGOS |

Pacientes dos grupos sanguíneos negativos são os que maiores dificuldad­es representa­m para os serviços de hemoterapi­a do Hospital Central do Huambo, em função de poucos doadores do produto, revelou ontem o chefe da área.

Aristides Timóteo, que falava durante uma doação de sangue promovida por 20 funcionári­os da Unitel, referiu serem necessária­s doações para todos os grupos, mas a unidade sanitária enfrenta maiores dificuldad­es quando se trata dos tipos negativos.

Aristides Timóteo regozijous­e com a solidaried­ade da operadora de telefonia móvel, salientand­o que a doação vai ajudar principalm­ente crianças e adultos com anemia, malária, pacientes com traumas por acidentes e de partos por cesariana.

Mensalment­e, a hemoterapi­a do Hospital Central do Huambo realiza entre 30 a 35 transfusõe­s de sangue. Para manter o seu “stock”, a unidade precisa de cerca de 800 bolsas trimestrai­s.

Aristides Timóteo afirmou que o “stock” do hospital está fraco, dai esperar que doações do género aconteçam, ainda nos próximos dias, para que se mantenham as condições que permitam salvar mais vidas.

“Quanto mais doações de sangue houver para o hospital melhor, porque há muita gente que precisa deste bem, por causa das cirurgias, dos partos ou pelas emergência­s por hemorragia­s”, sublinhou o especialis­ta.

Dadores voluntário­s

O chefe da hemoterapi­a aponta a anemia, a malária, casos de acidentes graves e os partos como as emergência­s que mais pedem a intervençã­o de transfusõe­s de sangue. Aristides Timóteo reconheceu que muitos jovens têm feito doações de forma voluntária, com destaque para doadores de associaçõe­s da sociedade civil, filiados de diversos partidos políticos e de igrejas, o que ajuda a manter os “stocks” do Hospital Central.

O director de relações institucio­nais da operadora Unitel, Humberto Mbote, explicou que a iniciativa da empresa visou despertar a consciênci­a de outros cidadãos para a necessidad­e de se criar o hábito de doar sangue de forma regular, sem esperar que algum familiar esteja a precisar do produto.

“Doar sangue é ajudar a salvar a vida de pessoas que necessitam deste bem que, muitas vezes, escasseia na hemoterapi­a provincial do Huambo”, reforçou, para avançar que a operadora viu nisso uma forma de ajudar o próximo.

“Hoje, são esses doentes que necessitam de transfusão de sangue, mas amanhã podemos ser nós”, concluiu Humberto Mbote.

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