EUA abatem avião militar de Damasco
As tensões entre as várias forças que actuam na Síria acirraram-se ainda mais após um caça dos EUA abater no domingo, na província de Raqqa, um avião militar sírio que, alega o Pentágono, bombardeou forças apoiadas por Washington que lutam contra o “Estado Islâmico” no norte do país árabe.
“Um avião sírio SU-22 lançou bombas perto de combatentes das Forças Democráticas Sírias (FDS) ao sul de Tabqa e, nos termos das nossas regras de engajamento e de legítima defesa dentro da coligação, foi imediatamente abatido por um avião americano F/A-18E Super Hornet”, confirmou em comunicado divulgado ontem o comando da coligação internacional que combate o Estado Islâmico na Síria e no Iraque.
Até então, os Estados Unidos não tinham derrubado nenhuma aeronave militar síria, segundo o Pentágono. Esta foi a primeira ocorrência de um combate aéreo directo, envolvendo aviões dos Estados Unidos da América e da Síria.
A coligação afirma que não pretende “combater o regime sírio, as forças russas ou as que os apoiam”, mas adverte que “não hesitará em defender a coligação ou os seus parceiros perante qualquer ameaça” e “as acções hostis das forças pró-regime contra a coligação e aliados na Síria não vão ser toleradas.”
O Ministério da Defesa da Rússia anunciou a suspensão da cooperação com os EUA dentro do memorando para evitar incidentes no espaço aéreo da Síria e advertiu que qualquer aeronave, avião ou drone da coligação internacional liderada pelos Estados Unidos que seja detectado no espaço aéreo sírio a oeste do rio Eufrates vai ser acompanhado “na qualidade de alvo aéreo” pelas defesas antia-éreas russas.
“A queda do avião das Forças Aéreas sírias pela aviação americana no espaço aéreo da Síria é uma cínica violação da soberania da República Árabe Síria”, denunciou o Kremlin num comunicado.