Infrasat já vende reservas de sinal
Televisão Pública de Angola e a companhia Renatelsat da República Democrática do Congo assinaram ontem os acordos para reserva das capacidades do Angosat
A sociedade comercial angolana “Infrasat” assinou ontem com a Televisão Pública de Angola (TPA) e com a empresa de telecomunicações da República Democrática do Congo “Renatelsat” contratos para a venda de reserva das capacidades do Angosat-1.
A assinatura dos contratos com as duas empresas marcou o lançamento oficial da campanha de comercialização do Angosat-1, que tem como objectivo informar os operadores nacionais e internacionais sobre a abertura do processo de comercialização das reservas das capacidades do satélite.
O ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação que falava na cerimónia de lançamento oficial da campanha de comercialização do Angosat-1, felicitou a TPA e a Renatelsat por terem sido as primeiras empresas de telecomunicações a assinarem contratos com a Infrasat, para a venda de reservas das capacidades do satélite e por acreditarem no projecto, avaliado em 320 milhões de dólares.
José Carvalho da Rocha informou que neste momento decorre a fase derradeira dos testes de funcionalidade que vai fazer com que num futuro muito breve seja colocado em órbita o primeiro satélite angolano. O ministro afirmou que o funcionamento do Angosat, previsto para breve, vai fazer com as comunicações cheguem a todos os cidadãos e território nacional, com qualidade e a preço acessível.
De acordo com o director Executivo da Infrasat, Diogo de Carvalho, a pré-venda das reservas das capacidades do satélite é um procedimento obrigatório a nível internacional, um ano ou seis meses antes do lançamento de um satélite.
“Neste momento, os operadores poderão reservar a banda (frequência) para ser utilizar tão logo o satélite for lançado”, informou o director, adiantando que a Infrasat está a registar muita adesão dos operadores nacionais, com os quais negoceia para a assinatura de contratos, à semelhança da TPA e da Renatelsat.
O director Executivo da Renatelsat, Richard Achinda, disse que o Angosat vai permitir o alargamento dos serviços da sua empresa em Angola e em outros países vizinhos da República Democrática do Congo.
Para o director de comunicação da Multichoice Angola, Adilson Garcia, a entrada em funcionamento do Angosat é uma mais-valia para os operadores nacionais, na medida em que poderão aderir aos serviços de telecomunicações por satélite localmente e em moeda nacional, deixando de procurá-los em países da América e Europa, onde o pagamento é feito em divisas.
“Somos uma empresa de distribuição de serviços de televisão e também poderemos ser clientes directos ou ter na nossa na plataforma DSTV canais que poderão usar os serviços do Angosat”, disse, referindo ainda que o acesso aos serviços de telecomunicações por satélite será mais fácil com a entrada em funcionamento do Angosat. O director de IP (método de comunicação da Internet) e transmissão da Unitel, Cilo Ferreira, destacou como vantagem do Angosat o pagamento dos serviços em moeda nacional e o aumento da cobertura do sinal da empresa de telefonia móvel para as comunas do país a um custo mais aceitável.
Conheça o projecto Angosat
O Angosat é um projecto de iniciativa presidencial, saído da resolução nº 2/06 de 11 de Janeiro do Conselho de Ministros. Vai fornecer oportunidades na expansão dos serviços de comunicação via satélite, acesso à Internet, rádio e transmissão televisiva. O projecto é parte integrante do Programa Espacial Nacional, em que um dos objectivos é a criação de competências nacionais no domínio das tecnologias de comunicação por satélite.
O satélite Angosat vai ter um período de vida útil de 15 anos, na posição 14.5E na órbita geostacionária, possuindo 22 transponderes (repetidores de sinal), 16 de 72mhz na banda C, que totaliza 1152 mhz e 72 mhz na banda Ku e 432 mhz. O Angosat tem uma capacidade convencional equivalente a 44 transponderes de 36 mhz, que abrange toda África e parte da Europa.
O Angosat vai também apoiar a distribuição dos serviços de telecomunicações, como televisão e internet e contribuir para a inclusão digital e a coesão de todos os angolanos