Estados Unidos querem plataforma construtiva
Washington e Moscovo podem finalmente traçar juntos um plano sobre os desafios mundiais e de combate ao terrorismo
O Presidente dos Estados Unidos conseguiu o motivo para alterar a estratégia da política externa norte-americana, depois de desfazer as amarras que o impediam de trabalhar com a Rússia, quer no combate ao terrorismo quer numa solução política para pôr fim a guerra na Síria, ao “confrontar” o congresso e todas as figuras influentes, dentro e fora do partido Republicano, com os últimos dados obtidos pela mão do próprio líder russo, durante o encontro à margem do G20.
Donald Trump e Vladimir Putin concertaram as posições sobre os acontecimentos mundiais de maior interesse e acordaram que existem fortes possibilidades para os dois Presidentes trabalharem em conjunto em várias matérias. Trump sempre correspondeu às solicitações de Putin, mas estava impedido, até agora, de avançar de forma concreta para uma plataforma em matéria de segurança, porque o congresso precisava de ver diluídas as desconfianças de ingerência directa da Rússia nas eleições do ano passado, em que venceu a democrata Hillary Clinto.
Nos corredores do Pentágono, especialistas em assuntos internacionais e ligados à Rússia começaram a desenhar um quadro de cooperação funcional, segundo analistas citados em veículos internacionais. As orientações, segundo a imprensa, pedem a criação rápida de um plano operacional que possa confrontar medidas da administração Obama e, de igual modo, possam ser ajustadas às solicitações de Moscovo.
O Presidente Donald Trump declarou no domingo que “é hora de trabalhar construtivamente com a Rússia, tendo afirmado que o seu homólogo Vladimir Putin negou veementemente qualquer interferência russa nas eleições norte-americanas de 2016.” Ele acrescentou que está satisfeito com os esclarecimentos sobre os dados apresentadas pelas agências norte-americanas de inteligência, que apontavam interferência russa nas eleições.
“Agora é hora de nos mexermos para avançarmos num ambiente de trabalho construtivo com a Rússia”, disse o Presidente norteamericano. Donald Trump discutiu com Putin a ideia de criar o que chamou de “unidade de cibersegurança impenetrável”, a fim de impedir os ataques de hackers em eleições norte-americanas e noutras matérias de interesse mútuo.
O conflito na Síria é um dos assuntos que mais gera divergências entre os dois países. Enquanto a Rússia é um dos principais aliados do Governo sírio, os Estados Unidos apoiam forças rebeldes, muitas delas já foram declaradas terroristas. Apesar dos avanços, o Presidente norte-americano descartou um levantamento das sanções que pesam sobre Moscovo relacionadas aos conflitos na Síria e na Ucrânia, onde os rebeldes exigem a independência de Kiev.
Washington acrescentou, no mês passado, 38 indivíduos e entidades, no âmbito das sanções, por causa dos combates no leste da Ucrânia. Esse reforço das sanções aumentou a tensão, com Moscovo a advertir que o mesmo ameaçava toda a relação bilateral.