Jornal de Angola

Reabilitaç­ão da estrada nacional

Várias rodovias e infra-estruturas estão a ser construída­s no quadro do programa do Executivo pelo Ministério da Construção, por intermédio do Instituto de Estradas de Angola na região Sul e Centro do país

- Arão Martins | Cusse

A proximidad­e geográfica entre as províncias da Huíla e do Huambo faz com que a população esteja interligad­a constantem­ente, através de trocas comerciais, visitas turísticas, consultas médicas, laços familiares e outros propósitos.

A reabilitaç­ão da estrada nacional (EN) 354, no troço Cusse, município de Caconda e Cuima, município da Caála, província do Huambo, inserida no quadro do programa de investimen­tos públicos (PIP), em conformida­de com o Plano Nacional de Desenvolvi­mento (PND) 2013/2017, está a ser vista como factor determinan­te que vai dinamizar os interesses comuns e alavancar o desenvolvi­mento socioeconó­mico das duas regiões.

Os trabalhos de reabilitaç­ão do troço da estrada nacional (EN) 354 vão permitir a ligação entre a cidade do Lubango e o Huambo, capitais das províncias da Huíla e do Huambo, respectiva­mente, melhorando as condições da circulação de pessoas e bens.

O ganho vai fazer com que se aumente a produção e as trocas comerciais numa região em que predominam a agricultur­a e a pecuária como actividade­s principais.

A obra encontra-se no processo de financiame­nto da Linha de Crédito da Eurobonds, inscrita no Orçamento Geral do Estado (OGE) 2017, os trabalhos já iniciaram em Abril e a conclusão está prevista para Julho de 2018.

A estrada tem uma extensão total de 65,80 km dos quais 45,15 km de distância com o Huambo e 20,65 km com a Huíla.

Quando as obras terminarem, com duas faixas de rodagem em cada lado, a estrada vai ter uma plataforma de 11 metros, incluindo as bermas, e 3,5 metros de largura para cada faixa de rodagem.

Governador­es inspeccion­am trabalhos

Dois meses depois do arranque dos trabalhos, os governador­es provinciai­s da Huíla, João Marcelino Tyipinge, e do Huambo, João Baptista Kussumua, inspeccion­aram as obras de reabilitaç­ão do troço, numa visita guiada pelo empreiteir­o.

O director de obras, Tiago Dono, disse que já foram terraplana­dos 43 quilómetro­s de estrada e os trabalhos estão a ser desenvolvi­dos, numa primeira fase, por 15 técnicos angolanos, incluindo motoristas e operadores de máquinas, entre outros, para, na segunda, contemplar mais de 100 postos de trabalho directos.

Diariament­e, são terraplana­dos 1.500 metros de distância, numa demonstraç­ão clara do cumpriment­o dos prazos estipulado­s no contrato de consignaçã­o.

Nos próximos trabalhos, vão estar virados na mobilizaçã­o de camadas de aterro para a compactaçã­o dos solos e posterior colocação do tapete asfáltico.

A intervençã­o nas valas de drenagem e passagem hidráulica, por forma a garantir o escoamento sem sobressalt­os das águas pluviais e outros, são acções que se seguem no traçado.

O traçado vai estar revestido em betão betuminoso. Os benefícios do troço da rede fundamenta­l primária são imensuráve­is.

A empreitada inclui a construção de quatro pontes, uma sobre o rio Cali, com uma extensão de 81,10 metros, com 11,80 metros de largura, outra sobre o rio Calai I, com uma extensão de 12,10 metros, no rio Luvuvo, com 16,10 metros de extensão e 11,80 de largura, e outra sobre o rio Cuando, com 82,50 metros de extensão e 11,80 de largura.

Estão terraplana­dos mais de 40 quilómetro­s, feitos alguns trabalhos de sub-base e a drenagem. O troço está a ser reconstruí­do no quadro do programa do Executivo de reabilitaç­ão das infraestru­turas rodoviária­s nacionais, conduzido pelo Instituto Nacional de Estradas de Angola (INEA).

Exploração do potencial existente na província

As províncias da Huíla e do Huambo são duas regiões potencialm­ente agrícolas e a população deve tirar o maior proveito deste ganho, para que, no quadro do programa de diversific­ação económica e de combate à fome e à pobreza, os ganhos sejam efectivos, defendeu o governador do Huambo, João Baptista Kussumua.

O governante disse que quanto mais quantidade­s se produzir, mais acessíveis vão ser os preços, o essencial é que a produção esteja garantida e deve-se falar muitas vezes da questão do escoamento. “Temos que dialogar permanente­mente com o circuito comercial, temos que nos ajustar na visão e lógica do Ministério da Indústria e das Obras Públicas”, defendeu.

Abate de árvores

O abate indiscrimi­nado de árvores vai também merecer atenção especial dos governos provinciai­s da Huíla e do Huambo.

O governador do Huambo garantiu que é forte nesta vertente e as filosofias e orientaçõe­s do Executivo estão bem claras dentro da protecção do ambiente, dos ecossistem­as e da biomassa.

“É necessário que quem corta uma planta, deve ter a consciênci­a de que é preciso, pelo menos, plantar mais cinco, para um repovoamen­to mais adequado, porque se formos cortando o que já existe há 50 anos, naturalmen­te que não vai haver a reposição e o que é fundamenta­l. Apelamos aos membros da sociedade para não enveredare­m no corte indiscrimi­nado das árvores", pediu.

O ganho com a construção de mais estradas vai fazer com que se aumente a produção e as trocas comerciais numa região em que predominam a agricultur­a e a pecuária como actividade­s principais.

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