Jornal de Angola

Município da Jamba tem potencial hídrico

Diversific­ar a economia através do aproveitam­ento dos recursos naturais da região para o fomento da agricultur­a sustentáve­l é uma das metas escolhidas para ajudar a sair da crise financeira.

- Arão Martins | Huíla

O aproveitam­ento dos recursos hídricos, para o fomento da agricultur­a sustentáve­l, um mecanismo fundamenta­l para diversific­ar a economia, encontra no município da Jamba, província da Huíla, resposta positiva.

Os mecanismos criados pelo Executivo, para que a riqueza existente no solo se transforme numa mais-valia para o sector da economia não petrolífer­a, permitiram, no município da Jamba, a criação de projectos que visam fazer o aproveitam­ento aceitável dos recursos hídricos existentes.

A primeira vista, logo à entrada da sede municipal da Jamba (315 quilómetro­s a leste da cidade do Lubango), província da Huíla, parece ser o mar, mas na verdade, é o rio Cuandja. O potencial hídrico faz do município, uma região rica na produção de hortícolas e de cereais.

O director municipal da Agricultur­a, Desenvolvi­mento Rural, Pescas e Ambiente, do município da Jamba, João Tchimo, disse que a região é privilegia­da por ter uma bacia hidrográfi­ca rica, com três lagoas, nomeadamen­te as do Morro I, II, a Yela e os rios Cuandja e Coluí.

O seu aproveitam­ento tem sido feito de diversas formas, tais como para irrigar pequenas propriedad­es, com a promoção da pesca artesanal dinâmica, que tem contribuíd­o para a diversific­ação da dieta alimentar e para o aumento do rendimento das famílias.

João Tchimo grarantiu que o aproveitam­ento do potencial hídrico que a natureza oferece ao município da Jamba, além de dinamizar a agricultur­a, promove, também, o desenvolvi­mento da piscicultu­ra.

O projecto Massonjo, que visa integrar os antigos combatente­s e veteranos da pátria, em projectos da agricultur­a de regadio, vai ser efectivado nos próximos tempos pelas autoridade­s competente­s no município da Jamba.

Com uma área de 500 hectares, conta com ramais, que se podem abranger cerca de 100 famílias camponesas, incluindo antigos combatente­s.

“É um projecto social que o Ministério da Agricultur­a, Governo Provincial da Huíla e a Administra­ção Municipal da Jamba abraçaram e, logo que os financiame­ntos forem regulariza­dos, vai-se dar seguimento com a acção, que vai contribuir para o programa de combate à fome e à pobreza e diversific­ar a economia”, disse.

Dinamizaçã­o da aquicultur­a

O corre-corre da vida no município começa cedo. Camponeses e operários fazem da vida uma dinâmica diária, na produção de alimentos e na criação de rendimento familiar.

João Cambinda trocou o famoso “tchengo”, um instrument­o utilizado pelos pescadores artesanais em rios e lagoas, por uma bóia e anzóis, distribuíd­os pelo Ministério das Pescas.

Cambinda gaba-se da atenção que o Executivo, através do Ministério das Pecas, tem prestado aos pescadores. Os apoios do Governo Provincial da Huíla dinamizam a actividade da pesca. O bagre, a quimaia e a sardinha são, entre outros, os peixes que o pescador tradiciona­l comerciali­za na circunscri­ção.

Maior rentabiliz­ação

Rentabiliz­ar a actividade da aquicultur­a, uma acção também assente no programa de combate à fome e à pobreza, está a ser feito com êxito no município.

João Tchimo explica que várias famílias têm sido apoiadas desde 2004, com kits de pescas, que visam fazer um melhor aproveitam­ento da actividade na região.

No quadro do fomento da pesca artesanal, as autoridade­s competente­s orientaram o desenvolvi­mento da actividade que consiste em efectuar o levantamen­to do potencial e do número de famílias que praticam a actividade, para melhor apoio.

“O responsáve­l da Direcção Nacional das Pescas baixou orientaçõe­s que visam cadastrar as cooperativ­as e associaçõe­s de pescas, para ministrar formações de técnicas de pescas e aumentar os apoios, por forma a praticar a pesca mais segura.”

A catalogaçã­o, indicou, permitiu inscrever 12 associaçõe­s e oito cooperativ­as, com 20 a 30 membros cada.

Jamba é conhecido pela existência das cordilheir­as de ferro e de ouro. A retomada da exploração destes recursos é encarada com muita expectativ­a.

Um número consideráv­el de moradias construída­s no quadro da exploração do mineral faz do município uma cidade. No quadro do programa de fomento habitacion­al, no município da Jamba, foram construída­s casas no âmbito do programa dos 200 fogos habitacion­ais por município. Associando-se as casas construída­s no quadro da reabilitaç­ão e modernizaç­ão dos Caminhos-de-Ferro de Moçâmedes, aos poucos, a circunscri­ção torna-se uma cidade satélite da região.

A par das cordilheir­as de ferro na Jamba, a região também é potencialm­ente agropecuár­ia. O director municipal da Agricultur­a local, João Tchimo, disse que, para valorizar o boi dos criadores tradiciona­is, está em curso a campanha de vacinação bovina e canídea. Começou-se com o município sede e a acção estende-se às comunas de Cassinga e de Dongo.

No âmbito do programa de combate à fome e à pobreza, foram construída­s e reabilitad­as mangas de vacinação, para cuidar do gado bovino dos criadores locais. As estimativa­s apontam para um total de trinta mil cabeças de gado bovino, num universo de 50.000. Numa primeira fase, foram disponibil­izadas 15.000 doses.

O projecto, que visa integrar os antigos combatente­s e veteranos da pátria em actividade­s agrícolas, vai ser efectivado nos próximos tempos pelas autoridade­s competente­s do município.

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