Versão 3D de “Thriller” no Festival de Veneza
A versão 3D do curta-metragem “Thriller” (1983), de Michael Jackson (19582009), realizada por John Landis, estreia no Festival de Cinema de Veneza, que é inaugurado no próximo dia 30, foi ontem anunciado.
A versão que é estreada no festival italiano partiu do filme original de 35 milímetros, cujo negativo encontrava-se nos arquivos do músico pop, tendo sido utilizada a mais recente tecnologia para a reedição da obra, segundo um comunicado do Fundo de Michael Jackson (FMJ). “Para complementar os visuais aprimorados, todo o áudio incluindo a música de Michael Jackson, a partitura original de Elmer Bernstein e os efeitos sonoros -, também foi actualizado para os padrões [mais recentes 5.7, 7.1 e atmos], para criar a experiência visual e acústica de alta qualidade para visualização num grande ecrã, onde Landis pretende que o filme seja apreciado”, acrescenta o comunicado do FMJ.
O vídeo “Thriller”, inspirado na canção original, foi realizado por John Landis, tem argumento do cineasta e é um dos temas do álbum de originais de Jackson. O corpo de José João Manuel “Zé Keno”, exímio guitarrista nacional, falecido há uma semana, na África do Sul, por doença, repousam, desde ontem, no Cemitério de Santa Ana, em Luanda.
O artista e líder do histórico conjunto Os Jovens do Prenda foi enterrado ao som do tema “U Beka”, semba de sua autoria, interpretado pelo coral do comando do Exército, do qual foi líder.
Familiares, colegas, vizinhos, conhecidos e apreciadores do legado de Zé Keno estiveram inconsoláveis pela irreparável perda do emblemático solista de mãos cheias e cujo trabalho está imortalizado em canções como “Panguiami”, “Mamã”, “Desespero”, “Nova Cooperação”, “Patos Fora” e “Filho Doente”.
No funeral, muito concorrido por artistas da velha guarda, onde se destacaram Elias dya Kimuezo, Massano Júnior, os membros das quatro gerações do agrupamento que fundaram em 1968, (Os Jovens do Prenda), dos Kiezos, Banda Movimento, Lulas da Paixão, Carlos Lopes, Xabanu, Santocas, Fiel Didi e Tino Silva, o malogrado foi recordado como homem de cultura e cidadão exemplar que com sua mestria ajudou a preservar, promover e transportar a música popular angolana em vários palcos no exterior do país.
O Ministério da Cultura, representado pelo secretário de Estado Cornélio Caley, destacou o malogrado como guitarrista que imortalizou o conjunto Os Jovens do Prenda, ao longo dos anos 70 e 80, com a produção de referências musicais. Durante vários anos, a carreira de Zé Keno destacouse como defensor da música popular angolana, mantendo vivas as raízes dos ritmos nacionais, deixando um legado exemplar para as gerações vindouras.
O Bereau Político do MPLA lembrou Zé Keno como nacionalista exemplar, artista polivalente que fez da arte musical e guitarra uma arma poderosa de intervenção patriótica, para elevar a cultura nacional e na defesa dos valores da angolanidade.
A União Nacional dos Artistas e Compositores Sociedade Autores (UNACSA) recorda o líder dos “Jovitos” como uma estrela e lenda, que em vida foi dono de uma habilidade inata e com rara vocação. “Com inalienável direito, Zé Keno tornouse um sólido pilar da música nacional, por isso a ingratidão do tempo não apaga da memória dos angolanos ”, segundo o elogio fúnebre lido pelo músico Armando Rosa.
O Comando do Exército, das Forças Armadas Angolanas (FAA), descreveu a figura de Zé Keno como possuidor de um talento fenomenal que revolucionou a estética da música popular angolana, com o conjunto Jovens do Prenda.
“A sua morte constitui um vazio, pois demonstrava qualidades e mestria na execução musical, o que suscitou um grande interesse por parte do Comando do Exército, que resultou na celebração de um contrato há 11 anos, com o seu grupo, consubstanciado na direcção de um projecto de educação e lazer das tropas”, disse o coronel António Ribeiro, quando lia o elogio fúnebre assinado pelo comandante do Exército, o general Gouveia João de Sá Miranda.
Elias dya Kimuezu, o rei da Música Angolana, disse ao Jornal de Angola que o fundador dos jovens do Prenda deixa um dos legados mais criativos da história da música, “por isso a minha presença era indispensável”.
Guitarrista, tecladista, compositor e intérprete, Zé Keno gravou e acompanhou, mais de 90 por cento dos cantores entre 1970 e 80, fixando a marca invejável de mil e 48 minutos de música gravada e recebeu prémios e distinções com palmarés raro na música angolana, entre os quais Prémio Nacional de Cultura e Artes, Diploma de Mérito Cónego Manuel das Neves, Diploma de Mérito e Identidade Nacional, Cidade de Luanda e Welwitchia Catarino Barber.
Nascido em Malanje, a 15 de Dezembro de 1950, José João Manuel “Zé Keno” deixa viúva, 18 filhos, 28 netos e dois bisnetos.
“Com inalienável direito, Zé Keno tornou-se um sólido pilar da música nacional, por isso a ingratidão do tempo não apaga da memória dos angolanos ”, segundo o elogio fúnebre da UNAC lido pelo músico Armando Rosa