Peixeiras recebem crédito
mulheres que processam pescado nas comunidades piscatórias do Buraco, nos Ramiros, e do Cabo Ledo, litoral sul de Luanda, receberam ontem um crédito de 500 mil kwanzas, no quadro do programa de financiamento que o Banco de Comércio e Indústria (BCI) concede a pequenas iniciativas empresariais.
O financiamento, reembolsável em 12 meses, insere-se no “Programa de Crédito de Campanha Agrícola”, extensivo à pesca artesanal, para melhorar as condições de vida das mulheres processadoras de pescado e, também, para impulsionar o aumento de bens alimentares de qualidade no mercado nacional.
A assinatura do contrato entre as peixeiras e o Banco de Comércio e Indústria aconteceu nos dois centros de Apoio à Pesca do Buraco e Cabo Ledo. O director-geral do Instituto de Desenvolvimento da Pesca Artesanal e Aquicultura (IPA), Nsoky Luyeye, referiu que do grupo de mulheres contempladas, 35 pertencem à comunidade dos Ramiros e 46 do Cabo Ledo.
Nsoky Luyeye explicou que o Programa de Crédito de Campanha Agrícola, extensivo à pesca artesanal, é um projecto financeiro inclusivo, que vai ajudar as peixeiras a desenvolverem mais o seu negócio e, com isso, melhorar a renda familiar. “O Banco tem outros pacotes de crédito com juros que muitas não conseguiriam pagar, mas através deste micro-crédito vão conseguir pagar a tempo, porque o juro aplicado é apenas de dois por cento”, frisou Nsoky Luyeye.
O director IPA precisou que numa primeira fase o programa começou com um micro-crédito no valor de 50 mil kwanzas, mas como houve bons resultados e força de vontade das beneficiárias, o programa duplicou a quantia do micro-crédito, envolvendo o Banco BCI como parceiro social do projecto.
Durante a primeira fase, o programa foi implementado nas províncias do Namibe, Zaire, Uíge, Lunda-Sul e Benguela. Na província de Luanda, o projecto já contemplou mais de 400 mulheres.
A administradora do Banco de Comércio e Indústria para a Área Comercial, Maria Bernardo, disse que o financiamento deve ser pago num ano, com dois meses iniciais de carência (sem o pagamento de quaisquer prestações). Maria Bernardo acrescentou que depois da fase de consolidação da actividade, as peixeiras passam a liquidar o empréstimo a partir de Outubro.
Maria Bernardo frisou que, pelo bom historial das mulheres processadoras, os parceiros sociais vão procurar aumentar o valor do micro-crédito, para que possam ajudar o Executivo a reforçar os programas e projectos para o pequeno empreendedor do sector das Pescas.