Ansiedade na hora da primeira votação
Mais de dois milhões de novos eleitores escolheram pela primeira vez os futuros dirigentes do país
Muitos cidadãos dirigiramse às primeiras horas da manhã de ontem às assembleias de voto espalhadas por Luanda, com o intuito de exercer o seu direito de cidadania.
A vendedora ambulante Marta Cristina levantou por volta das 4 horas de casa e foi das primeiras a votar na Assembleia de Voto número 884, no bairro dos Pescadores, município de Cacuaco. Marta Cristina vive distante da assembleia de voto e teve receio de uma enchente, por isso levantou-se cedo. Depois de votar, regressou a casa em busca da banheira de bananas que vendia próximo da assembleia em que votou.
O cidadão Jesus Mário também foi votar às 7h20 e está satisfeito por ter exercido o seu direito.
Nesta assembleia, os cidadãos chegaram por volta das 5h00 da manhã e formaram longas filas. O atendimento começou por volta das sete horas, segundo explicações de Conceição Manuel, membro da assembleia de voto.
Conceição Manuel afirmou que pernoitaram no local de votação, a escola 4.053 e que por volta das 4h00 da manhã começou o processo de arrumação da logística.
Rita Fernandes e Cecília Gonga, com funções diferentes, na mesma assembleia, organizavam os eleitores para as mesas de voto. Até à 9h30, o fluxo de eleitores diminuiu. Uns chegavam paulatinamente e votavam em menos de cinco minutos.
O cidadão Brifel Rodrigues, 27, afirmou que o processo foi rápido e dinâmico, se comparado com as eleições de 2012, por isso mesmo felicitou a CNE pela organização.
A reportagem do Jornal de Angola andou por vários municípios e distritos urbanos para medir a pulsação, em termos de afluência de cidadãos, como Viana, Cacuaco, Cazenga, Sambizanga, e centralidades do Kilamba e do Sequele.
Movimentada esteve a Assembleia de Voto número 1.015, no bairro da Boavista. Com três mesas de voto, os cidadãos estavam organizados por fila, entrando um de cada vez. O processo decorreu de forma normal sem qualquer constrangimento, segundo Marta João, membro daquela assembleia. Acto semelhante verificouse nas assembleias de Voto número 1.016 e 1.017 do mesmo bairro, onde a votação teve início às 7h00.
A vila de Cacuaco estava enfeitada com bandeiras de todas as formações políticas concorrentes às eleições. Junto da administração municipal, o movimento de pessoas era fraco. Do outro lado, junto à estrada principal, a situação era semelhante.
Na centralidade do Sequele, até por volta das 11h00, a Assembleia de Voto número 377 recebeu poucos eleitores e os brigadistas aguardavam pela chegada dos eleitores, que aos poucos iam chegando e exercendo o seu direito.
Estavam destacados na referida assembleia cinco membros nas três mesas de voto, um operador eleitoral, um operador logístico e um auxiliar eleitoral, além de três escrutinadores, perfazendo oito membros em cada mesa de voto.
Observadores
Observadores nacionais e internacionais trabalharam ontem no processo de verificação do pleito eleitoral. Na Assembleia de Voto número 319, em Viana, um grupo de observadores nacionais e internacionais fazia o trabalho de forma normal. Conversavam com os escrutinadores, secretários e, ao mesmo tempo, com eleitores sobre o andamento do processo. Ao Jornal de Angola, não aceitaram prestar declarações. O chefe da Missão de Observadores da CPLP, Manuel Trovoada também acompanhou o processo, seguido de outros observadores.
Sem actualização
Na Assembleia de Voto número 319, em Viana, mulheres grávidas, deficientes físicos e idosos acorreram ao local de votação e foi registado um caso caricato: o cidadão Beirão da Silva, 20 anos, não actualizou o registo eleitoral e mesmo assim pretendia votar.