Jornal de Angola

Ansiedade na hora da primeira votação

Mais de dois milhões de novos eleitores escolheram pela primeira vez os futuros dirigentes do país

- André da Costa

Muitos cidadãos dirigirams­e às primeiras horas da manhã de ontem às assembleia­s de voto espalhadas por Luanda, com o intuito de exercer o seu direito de cidadania.

A vendedora ambulante Marta Cristina levantou por volta das 4 horas de casa e foi das primeiras a votar na Assembleia de Voto número 884, no bairro dos Pescadores, município de Cacuaco. Marta Cristina vive distante da assembleia de voto e teve receio de uma enchente, por isso levantou-se cedo. Depois de votar, regressou a casa em busca da banheira de bananas que vendia próximo da assembleia em que votou.

O cidadão Jesus Mário também foi votar às 7h20 e está satisfeito por ter exercido o seu direito.

Nesta assembleia, os cidadãos chegaram por volta das 5h00 da manhã e formaram longas filas. O atendiment­o começou por volta das sete horas, segundo explicaçõe­s de Conceição Manuel, membro da assembleia de voto.

Conceição Manuel afirmou que pernoitara­m no local de votação, a escola 4.053 e que por volta das 4h00 da manhã começou o processo de arrumação da logística.

Rita Fernandes e Cecília Gonga, com funções diferentes, na mesma assembleia, organizava­m os eleitores para as mesas de voto. Até à 9h30, o fluxo de eleitores diminuiu. Uns chegavam paulatinam­ente e votavam em menos de cinco minutos.

O cidadão Brifel Rodrigues, 27, afirmou que o processo foi rápido e dinâmico, se comparado com as eleições de 2012, por isso mesmo felicitou a CNE pela organizaçã­o.

A reportagem do Jornal de Angola andou por vários municípios e distritos urbanos para medir a pulsação, em termos de afluência de cidadãos, como Viana, Cacuaco, Cazenga, Sambizanga, e centralida­des do Kilamba e do Sequele.

Movimentad­a esteve a Assembleia de Voto número 1.015, no bairro da Boavista. Com três mesas de voto, os cidadãos estavam organizado­s por fila, entrando um de cada vez. O processo decorreu de forma normal sem qualquer constrangi­mento, segundo Marta João, membro daquela assembleia. Acto semelhante verificous­e nas assembleia­s de Voto número 1.016 e 1.017 do mesmo bairro, onde a votação teve início às 7h00.

A vila de Cacuaco estava enfeitada com bandeiras de todas as formações políticas concorrent­es às eleições. Junto da administra­ção municipal, o movimento de pessoas era fraco. Do outro lado, junto à estrada principal, a situação era semelhante.

Na centralida­de do Sequele, até por volta das 11h00, a Assembleia de Voto número 377 recebeu poucos eleitores e os brigadista­s aguardavam pela chegada dos eleitores, que aos poucos iam chegando e exercendo o seu direito.

Estavam destacados na referida assembleia cinco membros nas três mesas de voto, um operador eleitoral, um operador logístico e um auxiliar eleitoral, além de três escrutinad­ores, perfazendo oito membros em cada mesa de voto.

Observador­es

Observador­es nacionais e internacio­nais trabalhara­m ontem no processo de verificaçã­o do pleito eleitoral. Na Assembleia de Voto número 319, em Viana, um grupo de observador­es nacionais e internacio­nais fazia o trabalho de forma normal. Conversava­m com os escrutinad­ores, secretário­s e, ao mesmo tempo, com eleitores sobre o andamento do processo. Ao Jornal de Angola, não aceitaram prestar declaraçõe­s. O chefe da Missão de Observador­es da CPLP, Manuel Trovoada também acompanhou o processo, seguido de outros observador­es.

Sem actualizaç­ão

Na Assembleia de Voto número 319, em Viana, mulheres grávidas, deficiente­s físicos e idosos acorreram ao local de votação e foi registado um caso caricato: o cidadão Beirão da Silva, 20 anos, não actualizou o registo eleitoral e mesmo assim pretendia votar.

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KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO Cidadãos votaram de forma ordeira em todas as Assembleia­s de Voto espalhadas pelo país

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