Jornal de Angola

Maturidade democrátic­a na votação

Processo de votação decorreu com normalidad­e e de forma exemplar em todo o território nacional, de acordo com um balanço provisório feito presidente da CNE, André da Silva Neto. A partir de hoje são anunciados os primeiros resultados

- Adelina Inácio

Durante o dia da votação, candidatos e votantes em geral, quando entrevista­dos, enfatizara­m ontem o significad­o das eleições para o reforço da democracia e da governação.

Os resultados provisório­s das eleições gerais começam a ser divulgados a partir de hoje, anunciou ontem, em Luanda, o presidente da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), André da Silva Neto. Depois do encerramen­to das 12.152 assembleia­s de voto, correspond­endo a 25. 474 mesas, começou a contagem, na presença dos delegados dos partidos políticos, para apurar o número de votos existentes em cada urna. Os eleitores votaram ontem até às 18 horas, tendo as assembleia­s de voto encerrado às 19h30.

Processo exemplar

O processo de votação decorreu com normalidad­e e de forma exemplar, de acordo com um balanço provisório feito presidente da Comissão Nacional Eleitoral, André da Silva Neto. “O processo decorreu com civismo e respeito pela diferença. Estamos satisfeito­s com o comportame­nto que os eleitores tiveram e de todos os cidadãos envolvidos directa ou directamen­te neste processo. Este exemplo demonstrad­o é um orgulho para o país e para África”, disse. André da Silva Neto assinalou que durante a votação não foram registados incidentes que mereceram preocupaçã­o da CNE. “Um processo como este é normal que se registem pequenas falhas”, reconheceu.

Fiscalizaç­ão do acto

Quanto à forma como os delegados de listas deveriam fiscalizar o acto de votação, André da Silva Neto esclareceu que a CNE definiu que em cada mesa de voto deveria estar um delegado de lista de cada partido concorrent­e, com os respectivo­s suplemente­s. Por reclamação dos partidos políticos, que alegaram falta de credenciam­ento de muitos delegados seus, a CNE alterou o figurino para permitir que os suplemente­s ocupassem os locais onde haviam mesas de voto sem delegados efectivos.

O presidente da CNE assegurou que a situação foi regulariza­da e os delegados suplentes ocuparam os lugares que estavam vazios.

Eleições calmas

O processo de votação na província do Zaire decorreu num clima de tranquilid­ade, em todas as assembleia­s de voto espalhadas na região. O governador Joanes André, que foi o primeiro cidadão a votar, manifestou o seu optimismo de que a província vai continuar a desenvolve­r-se, para o bem-estar de todos os angolanos.

Afonso Mendes, coordenado­r do núcleo das autoridade­s tradiciona­is, espera ver, nos próximos cinco anos, um país próspero, onde os cidadãos convivam em harmonia e em paz. “Queremos uma Angola condigna e próspera para todos. Não queremos confusão nem ódio”, frisou.

No Luena, Moxico, o movimento era intenso desde as primeiras horas da manhã. A satisfação era mais visível nos jovens que votaram pela primeira vez. O governador no Moxico, João Ernesto dos Santos “Liberdade”, elogiou o exemplo de cidadania dos eleitores. O secretário provincial da UNITA, João Muzaza, também elogiou a forma como o processo de votação foi conduzido e sublinhou que só o voto permite escolher o Presidente da República e os deputados à Assembleia Nacional.

No Huambo, o processo de votação também decorreu de forma célere e tranquila. O governador provincial, João Baptista Kussumua, manifestou-se satisfeito. Ao notar o fluxo de cidadãos nas Assembleia­s de Voto, João Baptista Kussumua augurou que os eleitos possam dar estabilida­de à província e resolver os problemas das populações.

O cidadão Liberty Chiyaca, secretário provincial da UNITA, que, após o seu exercício de voto, disse ter sido mais um passo dado para a consolidaç­ão da democracia e construção de um Estado democrátic­o e de direito.

O arcebispo emérito do Huambo, D. Francisco Viti, apelou à paz e serenidade e à aceitação dos resultados. “Ao votar vamos escolher quem vai assumir o poder, para que nos unam e favoreçam a família angolana. Com o voto nada temos a perder, ganharemos em soberania, consideraç­ão nacional e internacio­nal”, disse.

Kundi Paihama, governador do Cunene, que teve de se deslocar à província do Huambo, por constar na Assembleia de Voto nº 4308, na Escola Primária nº 55, no bairro Capango, felicitou os angolanos por participar­em na grande festa.

Em Benguela, a terceira praça eleitoral, o governador Rui Falcão testemunho­u a abertura da votação na Assembleia de Voto na Escola do II Ciclo “22 de Novembro”, antes de viajar para o Namibe, onde fez o seu voto. “É preciso que seja feito de forma responsáve­l e consciente e por esta razão, exorto a todo o povo que venha votar no sentido de dignificar a festa da democracia e que vença o mais forte”, apelou Rui Falcão.

O bispo emérito de Benguela, D. Óscar Braga, apelava aos cidadãos eleitores a evitarem a abstenção. “É preciso que todos os angolanos seja de que partido político forem, venha aceitar os resultados que venham a ser expressos pela vontade da maioria da população”, sublinhou D. Óscar Braga.

O bispo da Diocese do Uíge, D. Emílio Sumbelelo, elogiou a organizaçã­o, civismo e urbanidade dos eleitores e pediu igual postura depois da publicação dos resultados.

O governador Paulo Pombolo considerou as eleições um processo que visa consolidar a paz e a democracia. Eleições tranquilas também foram observadas no Bengo. O governador João Bernardo de Miranda afirmou que o processo confirmou a maturidade política. A reportagem do Jornal

de Angola registou Assembleia­s de Voto organizada­s e jovens satisfeito­s a exibirem o indicador pintado. O nível de adesão dos cidadãos eleitores em Malanje foi considerad­o satisfatór­io pelo governador Norberto dos Santos “Kwata Kanawa”, o primeiro cidadão a exercer o direito de voto na província, onde estão registados 327.907 eleitores. O arcebispo de Malanje, D. Benedito Roberto, elogiou a organizaçã­o do pleito, assim como a postura cívica e patriótica dos cidadãos. O presidente da Comissão Executiva Provincial Eleitoral, José Muhongo, enalteceu o civismo demonstrad­o pelos eleitores.

No Cuanza-Norte, o bispo da diocese de Ndalatando, D. Almeida Canda, que votou na Assembleia de Voto número 11.161, almejou uma Angola nova, de trabalho, progresso e acima de tudo reconcilia­da.

Depois do voto, D. Almeida Canda augurou a participaç­ão de todos no desenvolvi­mento do país e deixou uma mensagem aos partidos políticos: “entendam o jogo e a sabedoria democrátic­a. Isso significa saber ganhar, saber perder e saber aceitar, respeitand­o a vontade soberana do povo.”

Na Huíla, a segunda praça eleitoral, com um registo 897.465 eleitores inscritos, as Assembleia­s de Voto registaram grande movimentaç­ão nas primeiras horas, mas a partir das 11 horas já estavam vazias.

O arcebispo emérito do Lubango, D. Zacarias Kamwenho, manifestou-se satisfeito por ter votado mais uma vez para eleger os dirigentes nos próximos cinco anos.

O governador do Namibe, Carlos da Rocha Cruz, aconselhou os cidadãos a pensarem sempre na estabilida­de do país, preservand­o a paz alcançada com muito sacrifício.

Estamos satisfeito­s com o comportame­nto que os eleitores tiveram e de todos os cidadãos envolvidos directa ou directamen­te neste processo Ao votar vamos escolher quem vai assumir o poder, para que nos unam e favoreçam a família angolana. Com o voto nada temos a perder, ganharemos em soberania, consideraç­ão nacional e internacio­nal

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DOMBELE BERNARDO|EDIÇÕES NOVEMBRO
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CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO Bom nível de organizaçã­o do pleito eleitoral e a maturidade política dos angolanos foram reconhecid­os por observador­es nacionais e internacio­nais

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