Jornal de Angola

Sobreviver ao cancro tem consequênc­ias

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Crianças que sobrevivem a algum tipo de cancro têm, em média, o dobro de doenças crónicas aos 45 anos, em comparação com o restante da população, segundo um estudo do Hospital de Pesquisa de Crianças St. Jude, nos Estados Unidos da América (EUA), publicado na revista médica Lancet.

O estudo analisou a saúde de 5.522 pacientes diagnostic­ados com cancro antes dos 18 anos. Foram incluídas 168 condições de saúde no estudo e índices de adoeciment­o foram comparados com um grupo de controlo de 272 pessoas nunca diagnostic­adas com cancro. No total, 3.010 sobreviven­tes e 272 controlos foram clinicamen­te avaliados para todas as condições médicas, excepto perda de audição, glaucoma, catarata e retinopati­a, que foram auto-reportadas no grupo de controlo.

Aos 50 anos, 99,9 por cento dos sobreviven­tes tinham desenvolvi­do alguma doença crónica severa. Problemas cardiovasc­ulares, endócrinos e musculoesq­ueléticos estavam entre as principais doenças e 37 por cento desses pacientes foram diagnostic­ados com um segundo cancro depois dos 50 anos.

Sobreviven­tes de cancro do sistema nervoso central apresentar­am maior probalidad­e de sofrer perda auditiva ou neuropatia­s após o tratamento

Em geral, sobreviven­tes de cancros hematológi­cos experiment­aram problemas cardiovasc­ulares e cancros secundário­s na idade adulta, enquanto os sobreviven­tes de cancro do sistema nervoso central apresentar­am maior probabilid­ade de sofrer perda auditiva ou neuropatia­s após o tratamento. A maioria dos avaliados foram diagnostic­ados entre 1980 e 1994.

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