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A Arábia Saudita anunciou ontem que suspende o diálogo com o Qatar, acusando-o de distorcer factos, momentos após dar a conhecer uma proposta qatari para negociações para pôr fim à crise diplomática com quatro países, informa a agência SPA.
A agência oficial tinha publicado na sexta-feira que o emir do Qatar, Tamim bin Hamad al Zani, telefonou ao herdeiro da coroa saudita, Mohamed bin Salman, para lhe propor a abertura de negociações sobre as exigências pelos quatro países do Golfo, que acusam Doha de financiar o terrorismo.
Segundo a SPA, o emir do Qatar “mostrou desejo de se sentar à volta de uma mesa de diálogo e discutir as exigências dos quatro países (Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Egipto)”.
No entanto, na madrugada de ontem, um funcionário saudita do Ministério dos Negócios Estrangeiros, citado pela SPA, denunciou que o que tinha sido divulgado sobre o contacto “é uma continuação da distorção pela autoridade qatari dos acontecimentos”. O funcionário saudita disse que o Qatar “não é sério no diálogo”, pelo que Ríade “declara que qualquer diálogo ou comunicação com a autoridades no Qatar será suspenso até que seja feita pública uma declaração clara em que se explique a sua posição, e que as suas declarações públicas estejam em conformidade com as suas obrigações”.
A 5 de Junho, os quatro países romperam as relações diplomáticas com o Qatar, acusando o país vizinho de apoio ao terrorismo, desestabilização da região e aproximação ao Irão. Os quatro países impuseram na altura severas sanções económicas ao emirado do Golfo, detentor de importantes reservas de gás, e depois, para as retirarem, pediram o cumprimento de 13 exigências, incluindo o encerramento da televisão Al-Jazeera.