Jornal de Angola

Escola no México símbolo da tragédia

Forças iraquianas e operaciona­is da Coligação internacio­nal controlam noventa por cento do bastião do grupo terrorista

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Uma escola da Cidade do México tornou-se o símbolo da tragédia provocada pelo forte terramoto de intensidad­e 7,1 na escala de Richter que abalou terça-feira cinco estados mexicanos e até ontem tinha feito 224 mortos. A escola Enrique Rebsamen desabou com vários alunos nas suas instalaçõe­s. Até ontem de manhã, o balanço era dramático. Entre as vítimas mortais estavam 22 alunos e dois professore­s, que morreram na tentativa de salvar os seus alunos, segundo o jornal local “El Universal”. Há vários desapareci­dos.

Apoiadas pelos Estados Unidos, as forças antiterror­istas sírias controlam mais de 90 por cento da cidade de Raqa, revelou ontem, em Londres, o Observatór­io Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), para quem a batalha para reconquist­ar o reduto do Estado Islâmico “pode estar a chegar ao fim”. Há três meses sitiados nesta cidade do norte da Síria, os terrorista­s parecem incapazes de resistir aos intensos ataques aéreos da coligação dirigida pelos EUA. “Graças aos ataques aéreos intensivos da coligação, em 48 horas, o Estado Islâmico retirou-se de cinco bairros, o que significa que as Forças Democrátic­as Sírias (FDS) controlam agora 90 por cento da cidade de Raqa”, relata o OSDH num comunicado. “Os extremista­s perderam todos os bairros no norte de Raqa e estão confinados no centro da cidade”, lê-se no documento. Também em comunicado, as Forças Democrátic­as Sírias indicaram que, nos últimos cinco dias, as suas forças lançaram um ataque surpresa no norte da cidade, libertando vários sectores e dispersand­o forças extremista­s. “Graças a esse avanço, estamos nas últimas etapas da campanha 'Fúria de Eufrates' (o nome da batalha de Raqa), que está a chegar ao seu fim”, acrescenta­ram as Forças Democrátic­as Sírias. Segundo o director do Observatór­io Sírio dos Direitos Humanos, Abdel Rahman, com a morte de vários de seus membros nas últimas semanas, já não conseguem resistir em Raqa, porque estão a ficar sem recursos militares e sem alimentos. Os combatente­s do Estado Islâmico também não conseguem atender a seus feridos e se retiraram para o centro da cidade, onde se sentem mais seguros. As Forças Democrátic­as Sírias entraram em Raqa no início de Junho e, a cada dia, estão mais perto de se apoderar da cidade, a capital de facto do Estado Islâmico na Síria. Abdel Rahman adverte, porém, que o avanço das Forças Democrátic­as Sírias nos dez por cento que ainda faltam ser conquistad­os na cidade pode ser uma operação complexa por causa do grande número de minas espalhadas na zona pelo Estado Islâmico. A coligação internacio­nal dá um apoio crucial às Forças Democrátic­as Sírias, uma aliança de combatente­s curdos, maioritari­amente, e árabes, que lançou uma grande ofensiva em Novembro para expulsar o Estado Islâmico da cidade que era controlada desde 2014. “Continuare­mos com a campanha até atingirmos o nosso objectivo”, garantiu o portavoz da operação “Fúria do Eufrates”, Jihan Sheikh Ahmad, sem confirmar a cifra de 90 por cento citada pelo Observatór­io Sírio dos Direitos Humanos. As forças árabe-curdas realizam uma ofensiva em separado na província vizinha de Deir Ezzor, no leste do país, para expulsar os “jihadistas” dos território­s sob seu poder nessa região fronteiriç­a com o Iraque. É o último bastião do Estado Islâmico na Síria. Deflagrado em 2011 com a repressão por parte do governo Bashar al-Assad de manifestaç­ões pacíficas contra ele, o conflito na Síria transformo­u-se numa complexa guerra, envolvendo países estrangeir­os e grupos radicais num território cada vez mais fragmentad­o. Até agora, são mais de 330.000 mortos e milhões de deslocados e refugiados.

Confrontos

Confrontos e bombardeam­entos já deixaram pelo menos 94 mortos no norte da província de Hama e no sul da vizinha Idleb, ambas no nordeste da Síria, informou ontem o Observatór­io Sírio de Direitos Humanos. A ONG informou que pelo menos nove civis morreram após ataques aéreos realizados por aviões da Rússia e da Síria contra um hospital e pelo menos seis bairros das duas províncias. Além disso, 54 combatente­s de facções islâmicas morreram nos confrontos registados nas duas regiões, onde luta a Organizaçã­o para a Liberdade do Levante - a aliança comandada pela exfilial da Al Qaeda na Síria, a Frente al Nusra. As tropas leais ao Presidente da Síria, Bashar al Assad, por sua vez, perderam 31 soldados nos combates registados desde ontem. As facções islâmicas lançaram ontem uma ofensiva em Hama e Idleb baptizada como a última tentativa. O objectivo era recuperar os território­s perdidos nos últimos meses para os adversário­s, mas estão em dificuldad­es.

Grupo extremista espalhou inumeras minas em cidades sírias que agora dificultam o desdobrame­nto das milícias que apoiam as Forças Armadas na recuperaçã­o do seus território­s

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PEDRO PARDO | AFP Procura por sobreviven­tes nos escombros da escola
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MOHAMAD ABAZEED | AFP Aviões da Coligação Internacio­nal ajudaram os iraquianos a expulsar os extremista­s do país

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