Jornal de Angola

Director do grupo Julu é sepultado amanhã

Faleceu terça-feira em Luanda o director do Julu Lourenço Mateus. O funeral realiza-se amanhã, às 10h00, no Benfica

- Mário Cohen

O teatro angolano está de luto. Morreu na terça-feira, vítima de doença, em Luanda, o director artístico e encenador do grupo Julu, Lourenço Mateus, cujo corpo é velado hoje à noite na Liga Africana, de onde parte do cortejo fúnebre para o cemitério do Benfica, onde é sepultado amanhã, às 10h00.

A morte de Lourenço Mateus uma figura incontorná­vel do teatro angolano, em geral, e do Julu, em particular, deixa um grande vazio nas artes dramáticas angolanas.

Manuel Teixeira, amigo e companheir­o de longa data no Julu, disse ao Jornal de Angola que a morte de Lourenço Mateus é uma perda grande para o teatro nacional e para o seu grupo, principalm­ente, que o tinha como o motor, o pensador e o coordenado­r. “Ele era a pessoa que escrevia os textos do Julu. Nós apenas contribuía­mos com as nossas ideias para enriquecer mais a obra”, revela o actor.

Muito abalado com a notícia, Manuel Teixeira afirmou que o falecido era o “pai do grupo Julu” e um incansável homem ligado ao teatro, tendo dedicado vários anos em prol do desenvolvi­mento do teatro e produzido obras de qualidade não só dramáticas, mas também de carácter social e educativo.

A morte do director do Julu, disse Manuel Teixeira, deixou um grande vazio no grupo, justamente numa altura em que estava a finalizar a produção do texto intitulado “A Caminho para Solvência II”, cuja estreia está marcada para o próximo dia 28, com o objectivo de honrar a alma do falecido encenador.

Orlando Domingos, director do Festival Internacio­nal do Teatro do Cazenga (Festeca), disse que recebeu a notícia da morte do Lourenço Mateus com muita tristeza, por acreditar que o falecido ainda tinha muito para dar ao teatro angolano. “Foi um choque, particular­mente para mim, por estar com ele nas actividade­s do Festeca, onde abordámos questões relacionad­as com a condição social dos artistas e a reforma dos fazedores de teatro.”

Acrescento­u que a notícia da morte do encenador do Julu abalou toda a classe artística, “por perdemos uma pessoa da linha da frente no teatro nacional”, sublinhado que a morte de Lourenço Mateus surge como motivo de reflexão para a classe artística por se estar a perder grandes figuras, cujo legado merece maior atenção das gerações vindouras.

O Julu, explica Orlando Domingos, é um grupo de referência no país e parceiro do Estado pelo que tem feito em prol do desenvolvi­mento do teatro comunitári­o, actuando em diversas áreas com o objectivo de sensibiliz­ar a sociedade.

Lourenço Mateus deixou viúva e cinco filhos. É cofundador do grupo, fundado em 1992, tendo criado diversas obras destinadas a sensibiliz­ar as comunidade­s sobre os vários problemas que as afectava, com particular realce para o combate às doenças e cuidados a ter em campos minados.

A morte do director do Julu deixou um grande vazio no grupo, justamente numa altura em que estava a finalizar a produção do texto intitulado “A Caminho para Solvência II”

 ??  ?? MOTA AMBRÓSIO | EDIÇÕES NOVEMBRO Encenador Lourenço Mateus faleceu numa altura em que finalizava a produção de um texto
MOTA AMBRÓSIO | EDIÇÕES NOVEMBRO Encenador Lourenço Mateus faleceu numa altura em que finalizava a produção de um texto

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola