Nzkosazana Zuma reforça favoritismo
Dirigente assume o lugar no Parlamento, um posto que a pode levar a concorrer para a presidência do partido
A antiga ministra sul-africana dos Negócios Estrangeiros, Nkosazana Dlamini Zuma, voltou a ocupar quinta-feira o seu lugar de deputada no Parlamento, acto considerado como uma nova etapa na sua campanha para a liderança do Congresso Nacional Africano (ANC), no poder na África do Sul.
Em Dezembro deste ano o ANC vai eleger o seu novo presidente, em substituição de Jacob Zuma, um posto chave que pode conduzir à candidatura a Presidente da República, cuja eleição está agendada para 2019.
Há vários meses que Dlamini Zuma, antiga presidente da Comissão da União Africana (CUA), se tem preparando para as duas cruciais eleições, multiplicando promessas, intervenções nos meios de negócios, visitas às representações do ANC, deposição de coroas de flores, acções que culminaram na quinta-feira com a sua tomada de posse no Parlamento como deputada.
Ao ocupar um lugar deixado por um deputado que se demitiu, Nkosazana Zuma escreveu na sua conta do twiter que regressou para contribuir na aplicação das decisões do ANC, em particular para melhorar a vida da população.
Na corrida para a liderança do ANC ela é favorita em relação ao actual vicepresidente da República e do partido, Cyril Ramaphosa, mesmo se oficialmente ainda não se tenha pronunciado.
Ela já tem o apoio das Ligas das Mulheres e da Juventude do partido e, principalmente, conta também com o consentimento do seu antigo marido, o Presidente Jacob Zuma.
Para o partido da oposição, Aliança Democrática (AD), o regresso de Nkosazana Zuma ao Parlamento foi uma decisão bem orquestrada para reforçar a sua campanha.
No fim de Agosto, Dlamini Zuma desmentiu querer assumir a Presidência para garantir a imunidade do seu antigo esposo, a braços com acções judiciais, denunciando aquilo que considerou "denúncias injuriosas".
O ANC, que domina o panorama político sul-africano desde o fim oficial do apartheid, em 1994, está profundamente dividido entre os prós e anti-Zuma. Os detractores do Presidente Zuma no seio do ANC, temem que os casos de corrupção e a estagnação da economia sulafricana venham a custar caro ao partido em 2019.
Em Agosto de 2016, o ANC foi derrotado nas eleições locais, ao perder vários municípios emblemáticos como Joanesburgo e Pretória, a favor da oposição.
Um novo sinal de fractura que divide o partido prende-se com a demissão, quinta-feira, da deputada Makhosi Khoza, muito crítica ao Presidente Zuma.
Dlamini Zuma, ex-ministra da Saúde, Relações Internacionais e Cooperação e do Interior, além de ter sido a primeira mulher a presidir à União Africana, conta com o apoio da liga feminina do ANC e do Chefe de Estado, Jacob Zuma. Cyril Ramaphosa A representação do Congresso dos Sindicatos de trabalhadores da África do Sul (Cosatu) na província do Cabo Ocidental manifestou recentemente o seu apoio a uma candidatura de Cyril Ramaphosa à presidência do ANC, um assunto que deverá ser decidido na sua conferência nacional do partido a ter lugar em Dezembro próximo.
O apoio da Cosatu a Ramaphosa, actual vice-presidente da África do Sul, foi manifestado no início do mês durante uma reunião de dirigentes sindicais da província do Cabo Ocidental.
Tony Ehrenreich, líder do Congresso Nacional Africano (ANC) no Cabo Ocidental, manifestou o interesse do partido que governa a África do Sul regressar à sua essência. “Restaurar a aliança e implementar os estatutos do ANC, são assuntos de urgentes”, disse o dirigente após considerar que uma parte central dessa estratégia é assegurar que Ramaphosa se converta no próximo presidente da organização. A conferência nacional do ANC tem lugar de 16 a 20 de Dezembro, na província de Gauteng.
Em Dezembro, o ANC elege o seu novo presidente, em substituição de Jacob Zuma, um posto que pode conduzir à Presidência da República