Jornal de Angola

Dissidente­s do PAIGC fazem apelo ao diálogo

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O grupo dos 15 deputados dissidente­s do Partido Africano para a Independên­cia da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) disseram quintafeir­a que deve ser enterrado o “machado de guerra” e iniciado o diálogo para sarar as feridas dentro do partido que ganhou as últimas legislativ­as com maioria absoluta mas não governa.

“Nós promovemos este encontro porque sabemos que o nosso partido está a atravessar uma situação extremamen­te difícil, temos desafios sérios pela frente e é preciso de facto agirmos para salvar o partido”, afirmou o deputado Rui Diã de Sousa, que faz parte dos 15 deputados dissidente­s do PAIGC.

Rui Dião de Sousa falava à margem de um encontro que o grupo de deputados organizou para fazer uma reflexão sobre o partido, que celebrou ontem o seu aniversári­o. O PAIGC foi criado a 19 de Setembro de 1956. “O objectivo é chamar a atenção dos militantes e dirigentes do PAIGC sobre a gravidade da situação e da necessidad­e de enterrarmo­s o machado da guerra”, salientou.

O grupo dos 15, coordenado por Braima Camará, que ficou em segundo lugar na corrida à liderança do partido, ganha por Domingos Simões Pereira, entrou em ruptura com a direcção do PAIGC e juntou-se ao PRS no Parlamento para chumbar o programa de Governo do então primeiro-ministro, Carlos Correia.

Carlos Correia substituiu no cargo Domingos Simões Pereira, que foi demitido de funções pelo Presidente guineense. Na sequência da decisão, o PAIGC expulsou aqueles 15 elementos do partido por infracção à disciplina partidária.

“Penso que a manter-se este braço de ferro entre a direcção do partido e os seus militantes estaríamos a concorrer de forma a prejudicar mais e mais o partido”, defendeu Rui Dião de Sousa.

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