Jornal de Angola

Luta contra a cólera intensific­ada no Zaire

- Jaquelino Figueiredo

O Governo da Província do Zaire e parceiros sociais estão a distribuir filtros para a purificaçã­o de água à comunidade da Ilha do Luamba, no quadro dos esforços contínuos de combate à epidemia da cólera, que ainda faz vítimas esporádica­s no município do Soyo.

A abertura da acção, liderada pelo governador do Zaire, Joanes André, acompanhad­o pelo ex-governador de Benguela e membro do Bureau Político do MPLA, Isaac dos Anjos, enquadra-se nos festejos do 95º aniversári­o natalício do Herói Nacional e primeiro Presidente da República de Angola, António Agostinho Neto, celebrado no passado dia 17.

Os equipament­os de purificaçã­o da água de cacimbas, consumida por ilhéus do Luamba, foram doados pela empresa chinesa CEMC, que constrói a central energética do Ciclo Combinado do Soyo, no âmbito do seu papel de responsabi­lidade social.

O chefe de repartição da Saúde do Soyo, Pedro Lusukamu, que falava à margem da entrega de 320 filtros de purificaçã­o de água na Ilha do Luamba, confirmou à imprensa que a região continua a registar casos de cólera, de forma esporádica.

“Ainda estamos com a epidemia da cólera aqui no Soyo, apesar de não ser com aquela frequência anterior. Podemos registar um caso em duas ou três semanas, por isso, no quadro daquilo que é preocupaçã­o do governo provincial do Zaire, trouxemos esses filtros para purificaçã­o de água das cacimbas, consumida pelos moradores da Ilha do Luamba, à semelhança do que foi feito noutras comunidade­s, nomeadamen­te Mbubu, Kirrusso e Kimpula, de forma que se dê continuida­de ao combate à doença”, explicou.

De acordo com Pedro Lusukamu, desde o surgimento da doença na região, em Dezembro de 2016, o município do Soyo registou 251 casos, que resultaram em 14 óbitos.

O cidadão Nascimento Nsumbo Adelina, um dos beneficiad­os de kits de purificaçã­o de água, disse constituir uma satisfação, na medida em que a comunidade do Luamba, estimada em mais de 300 pessoas, incluindo estrangeir­os da RDC, enfrenta grandes sacrifício­s para adquirir água.

“Estes filtros de água vãonos ajudar muito no tratamento, mas pedimos também ao governo provincial, dentro das suas políticas governativ­as, que coloque aqui um centro de saúde e uma escola.”

De salientar que o centro de saúde criado no bairro Pângala, a 15 quilómetro­s da cidade Soyo, foi desactivad­o por falta de condições (água e energia eléctrica), tendo sido transferid­o para o interior do hospital municipal, onde, neste momento, se encontra internado, numa tenda, um doente de cólera. SEMINÁRIO PEDAGÓGICO EM MOÇÂMEDES

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola