Estações sísmicas são reactualizadas
As quatro estações sísmicas existentes em Angola, das quais três sob gestão directa do Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica, estão a ser monitoradas por especialistas portugueses, no âmbito da extensão e melhoramento dos serviços no país, anunciou ontem, em Luanda, o director do INAMET, Domingos José do Nascimento.
De acordo com o responsável, entrevistado pela Angop, o trabalho teve início esta semana em Luanda e prossegue hoje na estação da Huíla, mais concretamente na cidade do Lubango, e mais tarde continua no Porto Kipiri, província do Bengo, Luena, no Moxico, e Kapanda, em Malanje.
Nesta última o controlo vai ser feito em parceria com a Prodel, gestora da barragem hidroeléctrica de Capanda. A actual rede sísmica de Angola, a cargo do INAMET, é composta por cinco estações, estando duas actualmente fora de serviço, nomeadamente a do Bié e a da cidade do Dundo, na Lunda-Norte.
Apesar das mesmas terem sido colocadas nos referidos locais por razões estratégicas, referiu Domingos do Nascimento, em função da sua dimensão territorial, Angola precisa de reforçar a rede de estações sísmicas entre as regiões centro-sul e leste com pelo menos mais 25 estações, para que as eventuais ocorrências sísmicas sejam correctamente avaliadas e registadas. O país possui duas estruturas tectónicas, nomeadamente, o Corredor do Lucapa, que vai da região da Lunda-Norte ao Namibe, e o do Lipopo, que sai da província de Cabinda até à zona leste do território nacional. As estações são posicionadas num raio de cerca de 200 quilómetros, a fim de conseguir fazer a cobertura das manifestações sísmicas.
Segundo o director, nos últimos dois anos ocorreram eventos sísmicos em Outubro de 2016, na cidade de Moçâmedes, na província do Namibe, e no Lubango, Huíla, em Janeiro do ano em curso, sendo esta ocorrência considerada preocupante.
O director do INAMET apela aos governos provinciais a investirem no sector em termos de equipamentos e formação de quadros, "para se aferir correctamente a validade dos dados produzidos, aos invés de depender apenas dos investimentos do Governo central.”
O processo de monitoramento das estações está a ser levado a cabo por dois especialistas do Instituto Português do Mar e Atmosfera, no quadro do acordo de cooperação existente entre Angola e Portugal neste domínio.
Os referidos técnicos além de monitorar os equipamentos e instalar os programas vão ainda fazer pequenos estudos e avaliações de funcionamento das estações.
No final vão apresentar às autoridades competentes as recomendações e as propostas de melhoria.