Humanizar o ensino é o desafio proposto
O Vaticano divulgou ontem um novo documento, dirigido às 215 mil escolas e 1.769 universidades católicas no mundo, em que o Papa Francisco desafia estas instituições a “humanizar a educação” num cenário global.
“É necessário, portanto, humanizar a educação, ou seja, torná-la um processo em que cada pessoa possa desenvolver as próprias atitudes profundas, a própria vocação e assim contribuir para a vocação da própria comunidade”, refere o texto, intitulado ‘Educar para o humanismo solidário’.
O documento da Congregação para a Educação Católica (Santa Sé) evoca os 50 anos da encíclica “Populorum Progressio”, do Papa Paulo VI, sobre o “desenvolvimento dos povos.”
A publicação deste novo texto, apresentado ontem em conferência de imprensa, acompanhou a divulgação da Fundação Pontifícia “Gravissimum educationis”, constituída pelo Papa Francisco para promover o compromisso da Igreja no campo da educação.
As escolas e universidades católicas, refere o documento, são chamadas a contrariar “uma globalização sem visão, sem esperança”, a qual “está destinada a produzir conflitos e a gerar sofrimentos e misérias.”
A Congregação para a Educação Católica evoca os ensinamentos dos últimos pontificados para realçar que é necessário “colocar a pessoa no centro da educação, num quadro de relações que compõem uma comunidade viva, interdependente, vinculada a um destino comum.”
O documento ‘Educar para o humanismo solidário’ alude a um cenário de “crises”, desde a económica às migrações, passando pela política e o meio ambiente, que retratam um “humanismo decadente fundado nos paradigmas da indiferença e tecnocracia.”