Ataques aéreos russos matam 120 jihadistas
Autoridades anunciam ontem a morte de Omar al-Shishani e dois outros líderes jihadistas originários do Cáucaso norte
Cerca de 120 membros do grupo extremista Estado Islâmico (EI) e 60 mercenários foram mortos numa série de ataques aéreos russos na Síria nas últimas 24 horas, informou ontem o Ministério da Defesa russo. O ministério também anunciou a morte de Omar al-Shishani (Omar, “o checheno”), bem como de dois outros líderes jihadistas originários do Cáucaso norte num bombardeamento russo realizado anteriormente.
No entanto, em 2016, a agência de propaganda do EI, Amaq, já havia anunciado a morte do influente líder Omar al-Shishani no Iraque. Na ocasião, os Estados Unidos confirmaram que haviam visado este homem, e a sua família recebeu as condolências na sua aldeia natal de Birkiani, na Geórgia.
Aliada do Presidente sírio, Bashar al-Assad, na guerra contra os rebeldes e os extremistas islâmicos, a Rússia realiza ataques aéreos em apoio às forças do governamentais, principalmente contra o Estado Islâmico na província de Deir Ezzor (Leste do país) e outros grupos jihadistas na província de Idleb.
Em outros ataques russos realizados nas últimas 24 horas, “um posto de comando dos terroristas foi destruído e até 80 combatentes foram mortos na região de Mayadine”, na província de Deir Ezzor, indicou o ministério russo. Cerca de 40 combatentes do Estado Islâmico foram mortos perto da região de Boukamal, na mesma província que faz fronteira com o Iraque, acrescentou.
Mais de 60 mercenários de países da antiga União Soviética, da Tunísia e do Egipto também foram mortos num outro ataque ao sul de Deir Ezzor, segundo o ministério russo. De acordo com a mesma fonte, “um grande número de mercenários estrangeiros” chegou a Boukamal, vindos do Iraque.
Mayadine e Boukamal estão entre as últimas localidades ainda sob controlo do Estado Islâmico na Síria. Sobre a “morte” dos três líderes jihadistas, o ministério russo citou, além de Omar, “o checheno”, Alaeddin alShishani e Salaheddin alShishani.
Moscovo explica ter anunciado as mortes depois de “vários dias” de investigações para confirmar os resultados de um ataque a norte de Boukamal contra um posto de comando do Estado Islâmico.
Rami Abdel Rahman, director do Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), com sede no Reino Unido, que conta com uma vasta rede de fontes em toda a Síria, afirmou que “Salaheddin al-Shishani ainda está vivo” e que “o seu grupo jihadista é aliado dos extremistas da antiga facção síria da Al-Qaeda e que não tem ligação ao Estado Islâmico”.
Omar al-Shishani, cujo nome real é Tarkhan Taimurazovich Batirachvili, é apresentado por Washington como o equivalente ao “ministro da Defesa” dentro do Estado Islâmico. A sua morte já havia sido anunciada várias vezes nas redes sociais ou na imprensa.
No mês passado, as forças governamentais sírias conseguiram recuperar a totalidade da cidade de Al Sujna, no leste da província de Homs, que arrebatou do grupo Estado Islâmico (EI.
As tropas governamentais assumiram o controlo de Al Sujna há uma semana, mas nos últimos dias tiveram que fazer frente aos contra-ataques do Estado Islâmico.
Uma fonte militar citada pela agência oficial síria “Sana” afirmou que ontem de manhã o exército sírio “assumiram a totalidade da cidade de Al Sujna após operações intensas contra o Estado Islâmico”.
As operações “causaram a morte de grande número dos terroristas” e também a destruição de quantidades consideráveis de munições e armas. A fonte acrescentou que as unidades do Exército prosseguem com as operações para assegurar a área e com a perseguição dos remanescentes dos radicais.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos, com sede em Londres, indicou que o exército terminou de retirar as minas da cidade, a última localidade que restava em poder do Estado Islâmico.
A Rússia realiza ataques aéreos em apoio às forças do governamentais, principalmente contra o Estado Islâmico na província de Deir Ezzor