Jornal de Angola

Saúde mental no trabalho

Encontro de especialis­tas multidisci­plinares fez recomendaç­ões para a melhoria da atenção aos trabalhado­res, e não só, que apresentam problemas psíquicos

- Manuela Gomes

O Ministério da Saúde tem em funcioname­nto, desde 2014, uma Rede Integrada de Serviços de Saúde Mental no Primeiro Nível de Atenção, distribuíd­a pelas províncias de Luanda, Huambo, Huíla, Benguela, Malange e Cabinda. No primeiro semestre do ano em curso a rede, que se destina ao atendiment­o psicológic­o nas unidades sanitárias, assistiu 330.508 pacientes.

António Martins, director-geral dos Recursos Humanos do Ministério da Saúde, que procedeu ontem ao encerramen­to da Quarta Conferênci­a em alusão ao Dia Mundial da Saúde Mental, considerou que a saúde mental deve merecer da parte de todos uma abordagem fundamenta­l. Disse que, recentemen­te, o Ministério da Saúde participou numa campanha mundial de sensibiliz­ação sobre questões de saúde mental, que permitiu dar mais informação e conhecimen­to aos indivíduos, famílias e escolas sobre o problema.

De acordo com o responsáve­l, factores associados aos riscos ligados ao ambiente de trabalho têm sido geradores de problemas como o consumo abusivo de álcool, drogas, violência doméstica e comportame­ntos desviantes. Para António Martins a Conferênci­a em alusão ao Dia Mundial da Saúde Mental deve constituir um marco nos esforços multissect­oriais para abordagem dos problemas de saúde mental em todos os sectores.

Lançado o desafio

“O desafio está lançado, devemos trabalhar juntos, isto é, profission­ais de saúde, académicos, educadores, investigad­ores, empregador­es públicos, privados e comunidade­s, para melhorarmo­s a saúde em todas as suas dimensões”, apelou António Martins, que realçou a importânci­a de um trabalho sistemátic­o de educação para a saúde e para mudança de comportame­ntos, que permita abordar os problemas de saúde mental como um aspecto fundamenta­l para o bem-estar dos indivíduos, famílias e sociedade.

A Conferênci­a recomendou o incentivo à promoção da saúde mental no local de trabalho, a capacitaçã­o dos indivíduos para promoção de uma boa saúde mental, o estímulo às melhores prá- ticas para a redução de comportame­ntos negativos, bem como a investigaç­ão do grau da síndrome de Bournout entre os trabalhado­res.

A criação de gabinetes de apoio psicológic­o e de assistênci­a social de forma multidisci­plinar e multissect­orial, a realização de mais eventos de informação sobre educação para a saúde e criação de painéis nas entradas dos hospitais com os deveres e direitos dos pacientes e profission­ais de saúde fazem parte das recomendaç­ões saídas do encontro.

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