Cimeira de Brazzaville discute os Grandes Lagos
Encontro de Chefes de Estado e de Governo da CIRGL decorre quinta-feira na capital da República do Congo
O Comité Inter-ministerial da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL) reúne hoje e amanhã em Brazzaville, República do Congo, para preparar a sétima Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da organização, agendada para esta quinta-feira na capital congolesa. A Cimeira decorre sob o lema “Acelerar a implementação do pacto para garantir a estabilidade e desenvolvimento na Região dos Grandes Lagos” e servirá para Angola passar a presidência da organização para o Congo-Brazzaville. O objectivo principal do CIRGL é evitar que a região continue a ser foco de instabilidade no continente africano.
O Comité Inter-ministerial da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL) reúne hoje e amanhã em Brazzaville, República do Congo, para preparar a agenda da sétima Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da organização, agendada para esta quinta-feira na capital congolesa.
A anteceder o encontro do Comité Inter-ministerial, composto pelos ministros das Relações Exteriores da CIRGL, estiveram reunidos, entre sexta-feira e ontem, os coordenadores nacionais que analisaram o relatório do secretariado da organização referente às actividades realizadas no último ano, assim como o relatório de contribuição dos Estados membros na implementação do pacto durante os primeiros dez anos de existência da CIRGL.
No dia 11 esteve reunido o Comité de Ministros da Defesa, que recebeu o relatório dos chefes de Inteligência e de Estado-Maiores da Defesa. As reuniões sectoriais começaram no passado dia 8 com a análise dos relatórios de actividades dos peritos das Finanças dos Estados-membros.
A agenda inscreveu ainda reuniões dos chefes de Inteligência (dia 9) e dos chefes de Estados-maiores e de Defesa (dia 10). Nestas reuniões foram analisados o relatório do Mecanismo Conjunto de Verificação Alargado (MCVAI) sobre a situação de Segurança Humanitária, bem como o relatório do Centro Conjunto de Fusão de Inteligência (CCFI).
A sétima cimeira dos Chefes de Estado e de Governo decorre sob o lema “Acelerar a implementação do pacto para garantir a estabilidade e desenvolvimento na Região dos Grandes Lagos” e servirá para Angola passar a presidência da organização para o Congo-Brazzaville.
No dia 11 deste mês o ministro da Defesa Nacional, Salviano Sequeira, entregou o testemunho da presidência do Comité de Ministros da Defesa da CIRGL ao seu homólogo congolês.
O acto de entrega aconteceu na cidade de Brazzaville, República do Congo, na reunião do Comité de Ministros da Defesa da CIRGL, em que foi apresentado o relatório dos chefes de inteligência e de Estado-Maior da Defesa. A Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos é presidida desde 2014 por Angola. O ex-Presidente, José Eduardo dos Santos, assumiu em Fevereiro de 2016 um segundo mandato consecutivo na presidência rotativa da CIRGL, a convite dos restantes Estados-membros, depois de o Quénia ter manifestado indisponibilidade para as funções.
Criada em 1994, esta organização integra, além de Angola, o Burundi, as repúblicas Centro-Africana (RCA), do Congo, Democrática do Congo (RDC), Quénia, Uganda, Ruanda, Sudão, Sudão do Sul, Tanzânia e Zâmbia.
Cimeira de Brazzaville vai servir para Angola passar a presidência da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos ao Congo
O objectivo principal da CIRGL é evitar que a região continue a ser foco de instabilidade em África, cujas consequências acabam sempre por afectar os Estados limítrofes, ainda que não estejam directamente envolvidos no conflito.
O Pacto sobre Segurança, Estabilidade e Desenvolvimento na Região dos Grandes Lagos foi adoptado pelos Chefes de Estado e de Governo em 2006 e entrou em vigor em Junho de 2008. Mas, por incrível que pareça, os Estados da região continuam relutantes na dinamização da conferência, já que de forma reiterada alguns líderes acabam por se envolver em conflitos de outros Estados e até em fomentá-los.
Quando analisada do ponto de vista geográfico, a região dos Grandes Lagos é uma das mais ricas do continente africano. Vários rios atravessam a região e a maioria dos Estados tem no seu subsolo recursos naturais em abundância, com uma diversificação considerável. Os solos são férteis e propícios à prática de agricultura.
A diplomacia angolana estabeleceu como prioridade, no seu primeiro mandato à frente da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos, a resolução dos conflitos armados na RCA e RDC.