Um símbolo incontornável
Considerado um dos principais cartões postais e incontornável símbolo da cultura da província do Cunene, o Complexo Turístico do Oihole, no Município de Namacunde, 45 quilómetros a sul da cidade de Ondjiva, começa a dar sinais de vida, com a abertura dos serviços de restauração, depois de beneficiar de algumas obras de reabilitação, oito anos depois da sua paralisação.
A gestão do espaço foi entregue há três meses a uma empresa privada local com larga experiência no ramo da hotelaria, estando a funcionar neste momento com o restaurante, piscina e, timidamente, a área de hospedaria.
O gigante turístico foi reabilitado, numa iniciativa do Governo da Província, com o objectivo de lhe devolver a sua verdadeira imagem e valor, já que, para além do potencial turístico, carrega consigo uma componente histórico-cultural de grande importância para o país, porque é no mesmo espaço onde jazem os restos mortais do Rei Mandume ya Ndemufayo.
Uma das componentes introduzidas, no âmbito do projecto de alargamento dos serviços, é a construção de uma piscina semi-olímpica de 25 metros de comprimento, 15 de largura e três de profundidade, já concluída, que está a ser vista como uma mais-valia para os futuros visitantes, sendo uma forma de contrapor as altas temperaturas características da região.
Até agora, foram já reabilitadas 27 suítes, sendo sete do estilo de bangalós e 20 em formato de castelo, o anfiteatro, uma loja, o ginásio, o restaurante, a lavandaria e a churrasqueira, entre outros espaços, num total de 40 infra-estruturas integradas, para além da iluminação. Está igualmente concluída a reabilitação dos passeios, do sistema de água e energia, bem como a construção do novo cerco ao túmulo do Rei Mandume.
O Governador da Província, Kundi Paihama, destacou, durante uma visita ao complexo, a importância histórica do mesmo, tendo orientado os gestores no sentido de melhor conservação e rentabilização do espaço. O reabilitação do complexo prevê a introdução de novos serviços, que bem aproveitados podem fazer com que muitos angolanos deixem de atravessar a fronteira para a República da Namíbia, onde procuram, com muita frequência, espaços de lazer e de diversão. Para além do que já existe, o Complexo Turístico do Oihole está projectado para uma área de mais de três quilómetros, com a finalidade de introduzir alguns animais selvagens, onde o turista vai poder conviver com a fauna e a flora.
O projecto prevê ainda a construção de uma loja de conveniência que vai vender objectos de artesanato, uma biblioteca, uma envolvente ao túmulo do rei, uma galeria de várias espécies de animais embalsamados, um jardim infantil, uma discoteca, um novo restaurante com capacidade para 200 lugares com vista à piscina, salão de beleza, e ainda residências familiares isoladas. Todo esse investimento visa dar mais visibilidade aquele local histórico, que num futuro espera receber mais turistas ávidos em conhecer um pouco mais sobre a história dos cuanhamas.