ONU destaca os progressos do continente na área social
Secretário-Geral das Nações Unidas saúda parceria e quer que Agendas 2030 e 2063 estejam “estrategicamente alinhadas” no encontro anual que decorre em Nova Iorque e defende um continente integrado, próspero, pacífico e focado nas pessoas
O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, destacou ontem, na sede da organização, em Nova Iorque, os avanços de África nos últimos anos, com destaque para a redução da pobreza, diversificação da economia e nas áreas da educação e saúde.
Ao discursar na abertura da Semana da África 2017, com o lema “Apoiando uma África integrada, próspera, pacífica e centrada nas pessoas: na direcção da implementação da Agenda 2063 e da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável“, António Guterres afirmou que estas agendas devem estar “estrategicamente alinhadas” para os africanos se beneficiarem “plenamente” delas.
António Guterres lembrou que há alguns meses a ONU e a União Africana realizaram a sua primeira conferência anual, na qual foi assinada uma nova plataforma para aumentar a parceria entre as duas organizações na área de paz e segurança.
Esta plataforma, diz António Guterres, fornece uma base para cooperação em prevenção, alerta precoce, mediação e gestão de conflito, com destaque para o trabalho conjunto para manter paz e segurança e abordar mudança climática em conformidade com o Acordo de Paris. O Secretário-Geral das Nações Unidas disse que, no momento, as organizações estão a trabalhar num quadro conjunto sobre desenvolvimento sustentável e implementação das Agendas 2030 e 2063. “Essas acções ilustram o aumento da parceria estratégica entre a União Africana e a ONU”, disse.
A Semana da África 2017 inclui discussões sobre diversos assuntos relacionados à implementação dos objectivos estabelecidos nas duas agendas. Lançada em 2010, a iniciativa discute prioridades de desenvolvimento do continente, entre as quais a paz, segurança, governança, direitos humanos e desenvolvimento socioeconómico e ambiental.
De acordo com o Escritório do Conselheiro Especial das Nações Unidas para África, as agendas 2030 e 2063 reforçam-se mutuamente por estarem centradas na “transformação estrutural sustentável em todas as dimensões da sustentabilidade, incluindo boa governação, paz e segurança e desenvolvimento sustentável”, disse o seu director.
O director do Escritório, Raul Cabral, disse que “a África continua a ser o ponto nevrálgico e a preocupação central das Nações Unidas e, especificamente, do Secretário-Geral, António Guterres.”
Com a Semana de África deste ano, “também estamos à espera, não só de mostrar que há uma harmonia, em termos de actuação de África enquanto continente, uma África melhor e integrada, uma África, portanto, próspera com um desenvolvimento que englobe a todos e que, portanto, seja sustentável,” prosseguiu.
No encontro também são ressaltados os avanços em várias áreas do desenvolvimento e realçado os novos desafios enfrentados por África, para serem mobilizados apoio internacional para as prioridades de desenvolvimento do continente.
Outros objectivos são aumentar as parcerias estratégicas entre organizações regionais e sub-regionais africanas, a ONU e a comunidade internacional no âmbito dessas agendas e identificar pontos para melhorar a colaboração entre o sector privado, a sociedade civil e as diásporas.
A Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável estabelece objectivos de desenvolvimento sustentável para o mundo e a 2063 para o continente africano. Na véspera, o Secretário-Geral da ONU felicitou os primeiros socorristas e residentes da capital somali, Mogadíscio, assolada no sábado pelo maior atentado terrorista da história do país, ao condenar a barbárie.
Em comunicado divulgado no domingo, um dia depois do atentado terrorista António Guterres exortou os somalis “a unirem-se na luta contra o terrorismo e o extremismo violento e a trabalharem juntos para a construção de um Estado Federal funcional e inclusivo.”
Na nota é referido que a ONU e a Missão da União Africana na Somália estão a trabalhar em estreita colaboração para apoiar a resposta do Governo Federal somali e das autoridades governamentais locais em logística, abastecimentos médicos e perícia na sequência do atentado à bomba. “É um ataque revoltoso pelo seu impacto”, lêse na nota, no qual é sublinhado que a prioridade imediata “é apoiar os esforços envidados pelas autoridades para se restabelecer do ataque e ajudar todas as pessoas afectadas, em particular os feridos e os novos sem abrigos.”
“A comunidade internacional fará o seu possível para ajudar o povo e o Governo somalis a ultrapassar esta tragédia”, promete António Guterres.