Conselho de Segurança visita a região do Sahel
Além de integrar cinco mil soldados no futuro a força G5 Sahel vai poder ultrapassar fronteiras nacionais nas missões
Uma delegação do Conselho de Segurança da ONU termina hoje um périplo pelo Sahel para avaliar a ameaça apresentada pelo terrorismo e o crime transnacional organizado na região.
A missão, liderada por Etiópia, França e Itália, visitou desde o dia 19 o Mali, a Mauritânia e o Burquina Faso para avaliar a situação de operacionalização da Força Conjunta do G5, grupo que inclui Burquina Faso, Chade, Mali, Mauritânia e Níger.
No Mali, o embaixador da França nas Nações Unidas disse ser responsabilidade da comunidade internacional e do Conselho de Segurança apoiar a Força Conjunta. François Delattre acrescentou que a iniciativa é “um trunfo para os africanos numa luta que não tem fronteiras”.
O ministro maliano das Relações Exteriores, Abdoulaye Diop, descreveu a visita da delegação como uma “grande expressão de amizade e interesse” pelo país.
Disse esperar que a troca de experiências traga “melhor compreensão da realidade no terreno, à interacção com os actores e ao maior envolvimento do Conselho de Segurança para ficar ao lado do Mali e da região pela paz e estabilidade”. O objectivo da força de 5 mil integrantes é combater o terrorismo e o crime organizado transnacional na região do Sahel, ajudar a restaurar as autoridades dos governos e no retorno de milhões de refugiados e deslocados e facilitar ajuda humanitária.
A França assumiu este mês a presidência rotativa do Conselho de Segurança e conta fazer da luta contra o terrorismo no Sahel uma das suas prioridades.
O exército francês está presente na zona sahelosaariana com 4.000 homens dotados de aviões de combate, drones, helicópteros e blindados, no âmbito da operação anti-jihadista Barkhane, e impulsionou a criação, em Julho, de uma força militar conjunta de cinco países do Sahel.
Além de integrar cinco mil soldados no futuro, a força G5 Sahel vai poder ultrapassar as fronteiras durante as operações antijihadistas. O seu financiamento, entretanto, continua longe de ser garantido.
União Europeia prometeu 50 milhões de euros aos quais deve ser acrescentado o mesmo valor através das contribuições dos Estados membros da Força G5 Sahel