Birmânia é exortada a repatriar rohingyas
A primeira-ministra do Bangladesh, Seihk Hasina, pediu ontem o apoio do SecretárioGeral da ONU, António Guterres, para que a Birmânia aceite repatriar cerca de 600 mil rohingyas que chegaram a território do Bangladesh nas últimas semanas.
De acordo com a mesma fonte, António Guterres convocou a líder do Bangladesh a discutir o êxodo da minoria muçulmana rohingya e a primeira-ministra aproveitou a oportunidade para solicitar a implementação das propostas apresentadas no mês passado durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque.
Desde finais de Agosto, cerca de 600 mil refugiados rohingya chegaram ao Bangladesh, fugindo da Birmânia.De acordo com o Alto-Comissariado da ONU para os Refugiados, esses refugiados encontram-se numa zona de arrozais enquanto esperam os controlos das autoridades para serem transferidos para os principais acampamentos criados para acolhê-los.
Cerca de 60 por cento dos refugiados “rohingyas” são crianças, segundo a UNICEF, que avisou que, se não receber em breve novas contribuições para acudir a esta emergência, terá de cortar a ajuda que disponibiliza.
Antes da operação militar de 25 de Agosto, que motivou a actual fuga de 'rohingyas' para o Bangladesh, cerca de um milhão de “rohingyas” vivia em Rakhine, onde são alvo de crescente discriminação desde o surto de violência sectária de 2012, que causou pelo menos 160 mortos. A Birmânia não reconhece a cidadania aos 'rohingya' e impõe-lhes há vários anos restrições, entre as quais a privação de liberdade de movimentos.
No Bangladesh, antes desta crise viviam 300 mil rohingyas, tratados como estrangeiros. 30 mil são reconhecidos como refugiados.