Terras improdutivas geram pesadas perdas
Companhia que gere o espaço anuncia decisão de substituir os mais ociosos para promover a produção
As perdas causadas pela falta de aproveitamento produtivo da terra no Perímetro Irrigado de Caxito estão estimadas em 120 milhões de kwanzas por ano, revelou sexta-feira o presidente do conselho de administração da empresa que gere o espaço, a Caxito Rega.
João Domingos declarou à imprensa, no final da visita do secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, Carlos Alberto Jaime, que cerca de 1.200 hectares do Perímetro Irrigado de Caxito estão sem aproveitamento por falta de vontade dos produtores.
“Essas áreas sem aproveitamento têm provocado prejuízos, quer em rendimento de produção quer no desemprego, colocando em causa a estabilidade dos preços, uma vez que os níveis de produção têm baixado a cada dia que passa”, explicou.
João Domingos disse que a Caxito Rega vai começar a desincentivar aqueles que não fazem nada e chamar os que têm mais vontade de trabalhar para ocuparem os espaços agricultáveis dentro do perímetro, que tem uma área bruta de mais de quatro mil hectares e apenas 1.500 em exploração.
Além de grandes empresários que ocupam vastas parcelas de terra, o projecto foi pensado igualmente para os pequenos agricultores, que cultivam em áreas de até 15 hectares.
A Caxito Rega, empresa que gere o espaço, tem registados cerca de 370 agricultores, entre os que se encontram quatro empresas consideradas de grandes produtores no cultivo de hortofrutícolas, como Nova AgroLider, TuriAgro, Sagri Bengo e AgroAliança.
Empresa agro-industrial
A gestão de uma unidade de processamento de tomate e banana instalada no Perímetro Irrigado de Caxito é entregue a uma entidade privada, anunciou sextafeira, em Caxito, João Domingos.
O presidente do conselho de administração da Caxito Rega considerou, durante a visita do secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, que este foi o melhor modelo de gestão encontrado pelo Estado.
“O Estado encontrou um mecanismo para tentar alavancar o trabalho em todas as infra-estruturas produtivas adjudicadas pelo âmbito do Ministério da Agricultura, e, como havia necessidade de se encontrar o melhor modelo de gestão dessas unidades, foi decidido terciarizar a gestão.”
A primeira unidade de transformação da banana no país, instalada na cidade de Caxito, foi concebida para reforçar a produção da banana e servir de alternativa de acesso ao mercado para os próprios produtores.
A unidade de produção, com capacidade para processar 800 quilos por hora, vai produzir banana frita, que pode ser aproveitada para merenda escolar, nas unidades militares, hoteleiras e companhias áreas..
A linha de transformação do tomate, que não é a única no país, prevê produzir cerca de quatro mil quilos de concentrado de tomate por hora.
A criação destas unidades dentro do perímetro vai agregar valor acrescentado aos produtos do campo, pois o produto sairá mais valorizado e permitirá a criação de centenas de novos postos de trabalho.
O secretário de Estado da Agricultura e Pecuária visitou o Perímetro Irrigado de Caxito, entre outros assuntos, para indagar os concessionários de terras sobre as causas pelas quais não exploraram a terra com base nos acordos estabelecidos com o Estado.
“Há um aproveitamento de 50 porcento dessas áreas e praticamente cerca de 900 hectares não estão a ser aproveitados. Deixamos recomendações a Caxito Rega para que no prazo de 60 dias faça uma convocatória para todos os concessionários para que se apresentem e esclareçam os motivos da não ocupação das parcelas de terra”, declarou o secretário de Estado da Agricultura e Pecuária para anunciar os resultados da sua deslocação.
Cerca de 1.200 hectares do Perímetro Irrigado de Caxito estão sem aproveitamento por falta de vontade dos produtores