Empresas marítimas querem melhorar qualidade dos serviços
Presidente do conselho de administração do Porto de Luanda considera necessário o aumento da rentabilidade dos serviços prestados e a procurarem o equilíbrio económico e financeiro
As empresas públicas do sector marítimo e portuário devem apostar, devido à crise económica que o país atravessa, em domínios como a produtividade, rentabilidade das infra-estruturas e melhoria contínua da qualidade de serviços.
A declaração foi feita na quarta-feira pelo presidente do conselho de administração do Porto de Luanda, Alberto Bengue, na inauguração da Academia Portuária de Luanda (APL).
Alberto Bengue disse que o sector marítimo e portuário angolano deve apostar não apenas na modernização e ampliação das instalações portuárias, mas também na promoção de uma gestão moderna sustentada, assim como na adopção das melhores práticas em matéria de gestão de negócios.
Alberto Bengue considerou que a necessidade da implantação da Academia Portuária de Luanda era urgente, por materializar a aposta no capital humano para elevar as competências, habilidades e atitudes dos quadros do sector nos mais variados domínios.
A Academia Portuária de Luanda conta com uma gestão terciarizada e vai estabelecer parceria com entidades formadoras nacionais e internacionais de reconhecido mérito e idoneidade no sector, bem como realizar consultoria em vários domínios do sector marítimo-portuário e efectuar estudos, pesquisas e divulgação, anunciou.
A Academia Portuária de Luanda pretende que todos os portos nacionais, assim como os membros da comunidade portuária se sintam envolvidos neste projecto, para o desenvolvimento da indústria marítima e portuária do país.
Com a entrada em funcionamento prevista para amanhã, a Academia Portuária de Luanda ministra os cursos de Manuseamento de cargas perigosas, Auditoria de segurança em ambiente portuário, Operação e técnicas de importação e Avaliação do impacto ambiental.
Alberto Bengue garantiu que o Porto de Luanda está preparado para recepcionar e despachar todo tipo de mercadoria, de modo assegurar as grandes movimentações que se verificam na quadra festiva.
“Estamos preparados, os operadores privados também estão, para fazer a gestão das cargas que chegarão ao país no período festivo”, assegurou Alberto Bengue.
A inauguração da Academia Portuária de Luanda é fruto da estratégia adoptada pelo Conselho de Administração da empresa, no âmbito do plano de reestruturação das empresas do sector dos Transportes, apostando na obtenção de ganhos de produtividade, na rentabilidade das infra-estruturas e na melhoria contínua da qualidade de serviços.
Ministro alerta
Na semana passada, o ministro dos Transportes, Augusto Tomás, alertou as empresas públicas do sector a procurarem soluções para atingirem equilíbrio económico e financeiro.
Esta advertência foi feita na abertura do III Encontro de Quadros do Caminho-deFerro de Luanda (CFL), onde o ministro notou que os Estados estão cada vez menos disponíveis a subsidiar empresas públicas sem que vejam melhorias nos proveitos, redução de custos, rentabilidade da operação e obtenção de resultados operacionais positivos.
Em muitos países, lembrou, se uma empresa pública não consegue obter resultados positivos, a sua existência é questionada. No caso de Angola, o programa do Governo orienta para que se encontrem soluções para as empresas públicas nas quais não se vislumbra rentabilidade.
Um dos aspectos apontados pelo titular dos Transportes é a necessidade de se dar mais atenção à qualidade do serviço prestado ao cliente, que considerou uma variável ainda ausente em muitas empresas públicas.
“São os clientes que rentabilizam as empresas e que pagam os ordenados ao pessoal, pelo que devem ser o centro das atenções”, sublinhou i ministro dos Transportes, sustentando que “criar uma má imagem junto dos clientes é muito fácil, mas recuperá-la é muito difícil e, em muitos casos reais, é impossível”.
Na semana passada, o ministro dos Transportes alertou as empresas públicas do sector a procurarem soluções para atingirem o equilíbrio económico