População aconselhada a denunciar criminosos
Ângelo da Veiga Tavares denunciou ontem a existência de estrangeiros envolvidos em crimes violentos em Angola
Em reunião de auscultação aos cidadãos realizada no Cine Atlântico, em Luanda, o ministro do Interior pediu aos munícipes para ajudarem as autoridades, denunciando os vizinhos ou amigos que se dedicam à actividade marginal, de modo a se inverter o quadro da criminalidade. Ângelo da Veiga Tavares revelou que há estrangeiros envolvidos em crimes violentos e igrejas que se afastam do seu papel para extorquirem dinheiro aos cidadãos e perpetuarem a pobreza. Segundo o comando provincial de Luanda da Polícia Nacional, ocorrem, diariamente, na capital, cerca de 30 crimes.
O ministro do Interior, Ângelo da Veiga Tavares, pediu aos munícipes para terem a cultura de denunciar os vizinhos ou amigos que se dedicam à actividade marginal para se inverter o quadro da criminalidade em Angola.
Ao intervir num encontro com a sociedade civil, que teve lugar no cine Atlântico, Ângelo da Veiga Tavares criticou a atitude de muitas seitas religiosas, que estão mais interessadas em extorquir dinheiro dos cidadãos do que ajudarem a moralizar a sociedade.
Muitos cidadãos que cometem crimes, segundo o ministro do Interior, são menores que são detidos e soltos. Pelo facto de serem menores, muitas vezes os cidadãos preferem não denunciar os crimes, sublinhou Ângelo da Veiga Tavares , que falou no encontro que teve como objectivo auscultar a população sobre a problemática da segurança pública.
Dados do Comando Provincial da Polícia Nacional indicam que todos os dias ocorrem em Luanda cerca de 30 crimes.
Estrangeiros nos crimes
O ministro denunciou que muitos crimes violentos que têm ocorrido em Angola, principalmente com senhoras, são cometidos por estrangeiros que seleccionam as vítimas indefesas para receberem os seus cartões multicaixa, pastas com documentos e telemóveis.
Muitos estrangeiros agressores, referiu o ministro do Interior, até possuem Bilhete de Identidade angolano, mas na verdade são estrangeiros. Ângelo Veiga citou caso de cidadãos que fugiram da justiça na Namíbia e vieram cometer crimes violentos em Angola, mais concretamente nas província da Huíla, Benguela e Luanda e foram detidos pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC).
O ministro Ângelo da Veiga Tavares citou vários exemplos de nigerianos já detidos por cometerem crimes violentos e acrescentou que os angolanos, por regra, são pessoas de bem, só que a situação social tem levado muitos jovens para a criminalidade.
Por isso, disse, o Governo está a procurar criar postos de trabalho para ocupar a juventude, ao mesmo tempo que conta com as igrejas para a sensibilização da população. Para o ministro do Interior, a criminalidade em Luanda não é alta, a julgar pelo número de indivíduos que perderam o emprego depois da crise, a dificuldade de iluminação, a forma como estão construídos os bairros e a fraca de educação dos jovens, que propiciava o aumento três vezes mais ndo número de crimes.
O ministro defendeu mais investimento no policiamento de proximidade, principalmente no período da noite, para garantir a segurança da população e dar resposta às constantes reclamações dos cidadãos sobre assaltos na via pública e residências. O ministro pediu aos comandantes municipais que redobrem os esforços no trabalho com a comunidade para encontrarem também soluções às preocupações relacionadas com a segurança pública.
Preocupações dos cidadãos
A deficiente iluminação, ausência de presença policial em artérias de Luanda, a pouca fiscalização e controlo da imigração ilegal, bem como a uma fraca resposta policial ao atendimento ao público nas unidades policiais e piquetes do SIC foram levantadas pela sociedade civil, durante o encontro com o ministro do Interior e o governador de Luanda.
Na reunião, os cidadãos expuseram também preocupações sobre a delinquência juvenil em alguns bairros, o aumento das transgressões administrativas, a poluição sonora, a insalubridade pública e a ocupação por parte de jovens de lugares para o estacionamento de viaturas na via pública, a troco de dinheiro.
Governador quer auscultar
O governador da Província de Luanda, Adriano Mendes de Carvalho, defendeu encontros regulares de auscultação sobre a situação da segurança pública em todos os municípios e distritos urbanos, com objectivo de se definir prioridades de intervenção, visando repor o sentimento de segurança e situações da vida social.
Adriano Mendes de Carvalho aconselhou a população a colaborar com a Polícia na denúncia dos criminosos que tiram sossego dos munícipes para a tomada de medidas e criticou a atitude de muitos que optam por vandalizar os cabos e postos de transformação de energia eléctrica, prejudicando grande parte da população.
Ministério do Interior e o Governo Provincial de Luanda querem trabalho com a população para desencorajar a criminalidade e devolver o sentimento de segurança