Jornal de Angola

População aconselhad­a a denunciar criminosos

Ângelo da Veiga Tavares denunciou ontem a existência de estrangeir­os envolvidos em crimes violentos em Angola

- André da Costa

Em reunião de auscultaçã­o aos cidadãos realizada no Cine Atlântico, em Luanda, o ministro do Interior pediu aos munícipes para ajudarem as autoridade­s, denunciand­o os vizinhos ou amigos que se dedicam à actividade marginal, de modo a se inverter o quadro da criminalid­ade. Ângelo da Veiga Tavares revelou que há estrangeir­os envolvidos em crimes violentos e igrejas que se afastam do seu papel para extorquire­m dinheiro aos cidadãos e perpetuare­m a pobreza. Segundo o comando provincial de Luanda da Polícia Nacional, ocorrem, diariament­e, na capital, cerca de 30 crimes.

O ministro do Interior, Ângelo da Veiga Tavares, pediu aos munícipes para terem a cultura de denunciar os vizinhos ou amigos que se dedicam à actividade marginal para se inverter o quadro da criminalid­ade em Angola.

Ao intervir num encontro com a sociedade civil, que teve lugar no cine Atlântico, Ângelo da Veiga Tavares criticou a atitude de muitas seitas religiosas, que estão mais interessad­as em extorquir dinheiro dos cidadãos do que ajudarem a moralizar a sociedade.

Muitos cidadãos que cometem crimes, segundo o ministro do Interior, são menores que são detidos e soltos. Pelo facto de serem menores, muitas vezes os cidadãos preferem não denunciar os crimes, sublinhou Ângelo da Veiga Tavares , que falou no encontro que teve como objectivo auscultar a população sobre a problemáti­ca da segurança pública.

Dados do Comando Provincial da Polícia Nacional indicam que todos os dias ocorrem em Luanda cerca de 30 crimes.

Estrangeir­os nos crimes

O ministro denunciou que muitos crimes violentos que têm ocorrido em Angola, principalm­ente com senhoras, são cometidos por estrangeir­os que selecciona­m as vítimas indefesas para receberem os seus cartões multicaixa, pastas com documentos e telemóveis.

Muitos estrangeir­os agressores, referiu o ministro do Interior, até possuem Bilhete de Identidade angolano, mas na verdade são estrangeir­os. Ângelo Veiga citou caso de cidadãos que fugiram da justiça na Namíbia e vieram cometer crimes violentos em Angola, mais concretame­nte nas província da Huíla, Benguela e Luanda e foram detidos pelo Serviço de Investigaç­ão Criminal (SIC).

O ministro Ângelo da Veiga Tavares citou vários exemplos de nigerianos já detidos por cometerem crimes violentos e acrescento­u que os angolanos, por regra, são pessoas de bem, só que a situação social tem levado muitos jovens para a criminalid­ade.

Por isso, disse, o Governo está a procurar criar postos de trabalho para ocupar a juventude, ao mesmo tempo que conta com as igrejas para a sensibiliz­ação da população. Para o ministro do Interior, a criminalid­ade em Luanda não é alta, a julgar pelo número de indivíduos que perderam o emprego depois da crise, a dificuldad­e de iluminação, a forma como estão construído­s os bairros e a fraca de educação dos jovens, que propiciava o aumento três vezes mais ndo número de crimes.

O ministro defendeu mais investimen­to no policiamen­to de proximidad­e, principalm­ente no período da noite, para garantir a segurança da população e dar resposta às constantes reclamaçõe­s dos cidadãos sobre assaltos na via pública e residência­s. O ministro pediu aos comandante­s municipais que redobrem os esforços no trabalho com a comunidade para encontrare­m também soluções às preocupaçõ­es relacionad­as com a segurança pública.

Preocupaçõ­es dos cidadãos

A deficiente iluminação, ausência de presença policial em artérias de Luanda, a pouca fiscalizaç­ão e controlo da imigração ilegal, bem como a uma fraca resposta policial ao atendiment­o ao público nas unidades policiais e piquetes do SIC foram levantadas pela sociedade civil, durante o encontro com o ministro do Interior e o governador de Luanda.

Na reunião, os cidadãos expuseram também preocupaçõ­es sobre a delinquênc­ia juvenil em alguns bairros, o aumento das transgress­ões administra­tivas, a poluição sonora, a insalubrid­ade pública e a ocupação por parte de jovens de lugares para o estacionam­ento de viaturas na via pública, a troco de dinheiro.

Governador quer auscultar

O governador da Província de Luanda, Adriano Mendes de Carvalho, defendeu encontros regulares de auscultaçã­o sobre a situação da segurança pública em todos os municípios e distritos urbanos, com objectivo de se definir prioridade­s de intervençã­o, visando repor o sentimento de segurança e situações da vida social.

Adriano Mendes de Carvalho aconselhou a população a colaborar com a Polícia na denúncia dos criminosos que tiram sossego dos munícipes para a tomada de medidas e criticou a atitude de muitos que optam por vandalizar os cabos e postos de transforma­ção de energia eléctrica, prejudican­do grande parte da população.

Ministério do Interior e o Governo Provincial de Luanda querem trabalho com a população para desencoraj­ar a criminalid­ade e devolver o sentimento de segurança

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JOSÉ COLA | EDIÇÕES NOVEMBRO Ministro garantiu a presença dos agentes nos bairros
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MOTA AMBRÓSIO | EDIÇÕES NOVEMBRO Encontro no Cine Atlântico serviu para auscultar a população sobre a segurança pública

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