Jornal de Angola

Província do Uíge acolhe Feira do Livro

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Uma Feira do Livro decorre desde segunda-feira, no Largo do Governo Provincial do Uíge, numa promoção da empresa LSD Comercial, em saudação aos 42 anos da Independên­cia Nacional.

Na feira, que encerra neste sábado, estão expostos, para o ensino superior, livros para os cursos de Direito, História, Geografia, Língua Portuguesa, Filosofia, Enfermagem, Contabilid­ade e Gestão.

Para os I e II ciclo do ensino secundário, a organizaçã­o colocou à disposição dos alunos vários manuais das disciplina­s leccionada­s no referido nível de ensino, enquanto nas obras literárias figuram obras de autores nacionais e estrangeir­os.

Em declaraçõe­s à Angop, o director-geral da empresa, Lussevikue­no Domingos, ressaltou que a empresa se associa aos esforços do governo local, colocando material didáctico no mercado local, atendendo as dificuldad­es que os estudantes e docentes encontram na aquisição do mesmo.

Lussevikue­no Domingos apelou à população estudantil e a todos os amantes das letras para afluírem à feira para aquisição do material. O percurso artístico de mais de cinco décadas do artista plástico António Ole estão retratadas no conjunto das 32 obras de arte patentes na exposição individual “António Ole 50 Anos Vivendo e Criando” inaugurada terçafeira no Camões - Centro Cultural Português, em Luanda, e fica patente até 23 deste mês.

Nesta mais recente mostra de arte, António Ole apresenta ao público trabalhos em pintura, desenho e instalação, produzidos em dois anos sobre as técnicas de instalação de lâmpadas neons, acrílico sobre tela e sobre papel, pigmentos sobre tela, desenhos sobre tecido bordado montado em papel, madeira e cabos eléctricos sobre serapilhei­ra e instalação de madeira e objectos.

Na óptica de António Ole, o longínquo tempo de actividade­s e em termos conceptuai­s, as obras de artes só se completam quando elas são partilhada­s com as pessoas.

O mestre Ole revelou que participou pela primeira vez numa mostra colectivo, em Luanda, ainda jovem estudante, uma exposição organizada pelos antigos estudantes do Estudo Geral Universitá­rio, na Marginal de Luanda, durante uma quinzena cultural aberta para alunos do liceu.

Desde aquela data até à presente, esclarece o artista, passou por várias aventuras no mundo das artes plásticas, tendo a sua carreira um arranque excelente no percurso artístico quando começou a participar nas actividade­s desenvolvi­das pelo Salão de Arte Moderna na capital, onde os jovens exercitava­m as primeiras pinturas com o objectivo de mostrar uma vez por ano. Para o criador, as artes têm um processo tão lento de aprendizag­em, que o leva a cada momento ir à busca do saber sobre as mesmas para desenvolve­r melhor as técnicas.

Tudo que o artista aprendeu foi dentro dos museus de arte, tendo o privilégio de conhecer uma quantidade de criadores, que foram magníficos para o seu trajecto artístico, com destaque para a escultora Teresa Gama, irmã do pintor Albano Neves Sousa, Fernandes Reis e Mário Araújo.

Com esta mais recente exposição, que patenteia as cinco décadas da sua carreira, António Ole rende uma grande homenagem a todos os que influencia­ram o seu caminho rumo ao sucesso, principalm­ente os que já não fazem parte do mundo dos vivos.

O caminho da internacio­nalização da carreira do artista foi a sua participaç­ão na I Bienal de Artes de Joanesburg­o, no pós-apartheid, com Nelson Mandela na Presidênci­a da África do Sul, que acabou por dar oportunida­de aos jovens criadores angolanos de fazerem “um brilharete” no evento, pois não acreditava­m que Angola tivesse uma boa representa­tividade.

Depois desta participaç­ão em Joanesburg­o, o artista fixara residência de seis em seis meses em Angola e no estrangeir­o percorrend­o o mundo a participar em diversas exposições colectivas nas quais fora convidado. Ao longo deste período, o artista teve o coração dividido entre Angola e o estrangeir­o, como marco do início da internacio­nalização da sua carreira.

António Ole julga que o artista tem de sair da toca, “não pode ficar sempre a produzir no mesmo local”, pois como disse “é preciso proporcion­ar grandes ambientes artísticos em outras paragens”, além disto, as pessoas têm de ver Angola diferente pela produção de arte.

Visivelmen­te alegre, António Ole agradeceu o público presente na cerimónia de inauguraçã­o da exposição por constituir “um estímulo muito grande” para a sua carreira.

Conta que o tempo passa tão suavemente no recolhimen­to diário no seu estúdio que, se não fosse uma vez amiga a lembrar-lhe, “nem se apercebia que está a completar anos de trabalho... um percurso construído a partir de um somar de experiênci­as vividas...”.

Para a directora do Camões - Centro Cultural Português mestre Ole é “um cidadão do mundo e um resultado dum encontro de culturas”, com um notável percurso internacio­nal.

O artista, disse Teresa Afonso, já deu a conhecer a sua obra a largas dezenas de países e de cidades, em vários continente­s, nomeadamen­te Luanda, Lisboa, Los Angeles, Madrid, Berlim, Amesterdão, Nairobi, Salvador da Baía, Bruxelas Joanesburg­o, Porto, Veneza, Las Palmas, São Tomé e Príncipe, Washington, Londres, Paris, Évora, Macau Nova Iorque, Bolonha, Lille, São Paulo, Roma, Bamako, Havana, Sintra, Copenhaga, Rio de Janeiro, Sevilha, Harare, Glasgow e Estocolmo.

Para o criador, as artes têm um processo tão lento de aprendizag­em, que o leva a cada momento ir à busca do saber sobre as mesmas para desenvolve­r melhor as técnicas

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EDIÇÕES NOVEMBRO Dezenas de obras literárias estão expostas na feira do Uíge

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