Jornal de Angola

Viagens para Cabinda com tarifa mais barata

O Presidente da República, João Lourenço, anunciou ontem que vai acompanhar muito de perto todos os projectos em execução em Cabinda e que lamentavel­mente já duram há muito tempo

- Josina de Carvalho, Joaquim Suami Bernardo Capita | Cabinda

O Presidente da República, João Lourenço, deu ontem um prazo de oito dias aos ministério­s das Finanças e dos Transporte­s para a conclusão do trabalho de definição do novo preço da tarifa aérea para Cabinda. O prazo foi dado na abertura da reunião da Comissão Económica do Conselho de Ministros, que tratou de muitos projectos ligados à autonomia desta província. A redução da tarifa para Cabinda vai permitir aos cidadãos com menos posses viajar para o resto do país. O director do Instituto de Preços e Concorrênc­ia do Ministério das Finanças, António Lima, informou que os bilhetes de passagem da classe económica vão custar entre 25 e 33 mil kwanzas.

vai subvencion­ar os custos dos bilhetes de passagem da classe económica nos voos de e para Cabinda, para baixar o seu preço para quase metade do valor actual, fixado em 39.332 kwanzas nos trajectos de ida e volta.

A decisão foi tomada ontem, na cidade de Cabinda, na primeira sessão ordinária da Comissão Económica do Conselho de Ministros, orientada pelo Presidente da República, João Lourenço.

O director geral do Instituto de Preços e Concorrênc­ia do Ministério das Finanças, António Lima, informou que os bilhetes de passagem da classe económica vão custar entre 25 e 33 mil kwanzas.

Os custos que vão definir o novo preço da tarifa, explicou, já foram analisados com a Companhia Aérea Nacional (TAAG), faltando apenas negociar com a Sonangol os custos do combustíve­l e rever as taxas da ENANA.

António Lima disse que os ministério­s das Finanças e dos Transporte­s foram orientados pelo Presidente da República a terminar o trabalho de definição do novo preço da tarifa no prazo de oito dias, para posteriorm­ente sair em Diário da República e entrar imediatame­nte em vigor.

Na abertura da reunião da Comissão Económica do Conselho de Ministros, o Presidente da República destacou a importânci­a da redução da tarifa para Cabinda, para aliviar sobretudo o sofrimento daqueles cidadãos com menores posses e com necessidad­e de vária ordem de viajarem para o resto do país.

“Vamos, a partir desta primeira visita a Cabinda, dar o sinal de que a província é importante para nós”, declarou João Lourenço, que orientou a conclusão, em tempo útil, dos projectos que, por razões de diversa ordem, não foram sequer iniciados e de outros cujo grau de execução é pouco satisfatór­io.

O Presidente da República referiu-se à necessidad­e de conclusão dos projectos de construção que visitou na província e que “lamentavel­mente duram muito tempo” nomeadamen­te o Campus Universitá­rio do Caio, o Terminal Marítimo de passageiro­s e cargas que vai garantir a ligação fácil entre Cabinda/Soyo/ Luanda/, do aeroporto provincial Maria Mambo Café e das obras de ampliação do hospital provincial.

João Lourenço considerou estes projectos importante­s para a vida da província, em todos os domínios, e outros que têm a ver com o aumento da produção e distribuiç­ão de energia eléctrica e água potável para as populações e para a economia da província, melhoria do estado das vias e das infra-estruturas integradas, a contenção das encostas do morro do Tchizo e com as áreas da educação e saúde.

O titular do Poder Executivo compromete­u-se a seguir de perto todos os projectos da província para dar outro impulso à sua execução e reverter, nos próximos anos, o actual quadro que “lamentavel­mente não é dos melhores”. Desenvolvi­mento local Ao governador e demais autoridade­s de Cabinda, João Lourenço garantiu o apoio do Executivo para vencer a “batalha do desenvolvi­mento” naquela região do território nacional.

Em função dos constrangi­mentos identifica­dos, a Comissão Económica do Conselho de Ministros recomendou a continuaçã­o da execução dos projectos de subordinaç­ão central e local constantes do Programa de Investimen­to Público de 2017 para a província de Cabinda, bem como o reforço dos mecanismos de fiscalizaç­ão e monitoriza­ção.

A reunião apreciou a proposta do Programa de Investimen­to Público de 2018 da província de Cabinda e aprovou o Plano de caixa do mês de Novembro deste ano, documento que contém a projecção das entradas e saídas de recursos financeiro­s do período.

Os relatórios de balanço da execução do Plano de Caixa do mês de Setembro e da programaçã­o financeira do Tesouro Nacional referente ao III trimestre de 2017 foram igualmente aprovados.

Durante a reunião, foi ainda aprovado um memorando sobre o enquadrame­nto nas carreiras e passagem à reforma dos funcionári­os dos departamen­tos ministeria­is que foram objecto de fusão, cisão ou extinção. Este documento visa atenuar os efeitos económicos e sociais que a implementa­ção das novas orgânicas provocaria à vida dos funcionári­os públicos que exerceram cargos de direcção e chefia.

O memorando pretende ainda enquadrar, em novas categorias ou carreiras, estes funcionári­os, com compensaçã­o e sem estarem sujeitos a concurso público, avaliação de desempenho ou dependente­s da existência de vagas. A intenção é assegurar o seu bem-estar e motivação nas categorias ou carreiras em que forem inseridos, incluindo a passagem à reforma. Quadro social é grave O governador de Cabinda, Eugénio Laborinho, solicitou ao titular do Poder Executivo o seu empenho pessoal e apoio institucio­nal, para que se possa rapidament­e solucionar, em definitivo, os problemas estruturan­tes que ainda prevalecem na província.

O governador provincial, que falava na reunião da Comissão Económica do Conselho de Ministros, no palácio do governo, afirmou que o quadro social da província “é grave”, o que requerer do Executivo uma intervençã­o estratégic­a, integrada e sustentáve­l que permita solucionar em definitivo os seus problemas estruturan­tes, como por exemplo o da energia, água, medicament­os, de equipament­os hospitalar­es e de saneamento básico.

Eugénio Laborinho disse que foi elaborado um diagnóstic­o sobre a situação social, económica e politica da província, tendo concluído haver ainda muitas dificuldad­es na vertente social. “Deparámono­s com uma grave crise de medicament­os e de equipament­os nos hospitais, encontramo­s uma cidade desordenad­a e com amontoados de lixo, com sérios constrangi­mentos no fornecimen­to de energia eléctrica e de água potável”, informou.

O processo de despedimen­to em massa, que se regista no campo petrolífer­o de Malongo, foi apontado pelo governador prov incial de Cabinda como sendo também outro mal que está a agravar a situação social da província, porque com a crise que se vive no sector, as empresas petrolífer­as já despediram até à presente data cerca de oito mil trabalhado­res, prevendo-se que outros venham ter o mesmo destino nos próximos tempos.

Para o governador provincial, estas dificuldad­es estão a provocar uma grande fuga de quadros, principalm­ente de jovens que, em busca de melhores condições de vida, fogem da província, deixando Cabinda sem o seu principal recurso, que são as pessoas.

Eugénio Laborinho falou também da imigração ilegal e da protecção das fronteiras. A complexida­de da situação, disse, exige uma actuação multidisci­plinar, o que requer maior reforço nos investimen­tos em infra-estruturas e em meios tecnológic­os para a vigilância fronteiriç­a, bem como a adopção de mecanismos administra­tivos mais eficazes para a fiscalizaç­ão e o controlo de cidadãos estrangeir­os ilegais.

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SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO| CABINDA O Chefe do Executivo conversa com o ministro dos Transporte­s, Augusto Tomás, durante a visita ao aeroporto
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SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Chefe de Estado durante a reunião da Comissão Económica que tratou de problemas de Cabinda e matérias ligadas à vida económica nacional

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