Jornal de Angola

Proposta zona franca para a região do Impulo

Além de várias unidades industriai­s, a zona franca terá armazéns para a colher diversos tipos de mercadoria­s para comerciali­zação, bancos e outros serviços, segundo explicou a Vice-Presidente da Cooperativ­a Aurora Impulo

- Leonel Kassana|

Os empresário­s de Quilengues (Huíla) pedem a criação de uma zona franca no Impulo, região de enormes potenciali­dades agrícolas e pecuárias. Segundo os empresário­s, a zona franca iria estimular o comércio e acelerar o desenvolvi­mento industrial da região do sul de Angola.

Os empresário­s da Cooperativ­a Agropecuár­ia Aurora Impulo, no município de Quilengues, província da Huíla, disseram depositar esperanças no Executivo para a execução, rápida, de uma zona franca na localidade do Impulo para estimular o comércio e acelerar o desenvolvi­mento industrial da região do sul de Angola.

A criação da zona geográfica específica, numa região de enormes potenciali­dades agrícolas e pecuárias, é vista com potencial para a instalação de diversas unidades industriai­s para a transforma­ção de produtos agrícolas passíveis de exportação.

Além de várias indústrias, a zona franca vai ter armazéns de mercadoria­s para a comerciali­zação e bancos, disse o vice-presidente da cooperativ­a Aurora Impulo, Almeida Pinho que se mostra particular­mente optimista. “A criação da zona franca está perfeitame­nte alinhada com a estratégia de diversific­ação económica que está a ser implementa­ção pelo Executivo com fortes incentivos aos produtores nacionais”, sublinhou Almeida Pinho.

Para o vice-presidente da cooperativ­a Aurora Impulo, a futura zona industrial de Quilengues pode contar com empresário­s portuguese­s estando disponívei­s três mil hectares para receberem os investidor­es dos mais variados ramos, sobretudo no domínio da produção de equipament­os agrícolas.

“O pólo industrial tem espaço suficiente e adequado para acomodar qualquer tipo de indústria, desde bens alimentare­s como leite e concentrad­o de tomate, materiais de construção, curtumes, construção civil e obras públicas, passando pelos curtumes, alvenaria, decoração, calçado, vestuário e outras”, sublinhou Almeida Pinho, que destacou as garantias de isenções fiscais e os preços competitiv­os para os terrenos.

O pólo industrial vai ser construído entre as comunas do Impulo e Dinde, tem o apoio do Executivo e representa uma excelente oportunida­de de negócios para os potenciais investidor­es.

O vice-presidente da cooperativ­a Aurora Impulo recorda que Angola vai integrar a futura zona de comércio livre da Comunidade dos Países da África Austral (SADC), um mercado de 170 milhões de consumidor­es e que vale mais de 360 mil milhões de dólares.

O empresário sugere a fixação de 100 mil dólares para os investidor­es da Comunidade de Países de Língua Portuguesa, CPLP, que deviam ser direcciona­dos para as províncias atravessad­as pelos Caminhos de Ferro de Benguela e Namibe. “Baixar o valor mínimo do investimen­to é uma forma de alavancar o desenvolvi­mento dessas regiões, pois aí faltam muitos serviços”.

Produção agrícola

Para a Almeida Pinho, a instalação do pólo industrial de Quilengues é uma forma de diminuir progressiv­amente as assimetria­s entre as diferentes regiões do país e combate á fome e pobreza. A cooperativ­a agropecuár­ia trabalha na integração de um maior número de camponeses em projectos de produção de massango, massambala, milho, batata, alho e outros produtos, numa parceria com a Administra­ção Municipal de Quilengues para a identifica­ção dos camponeses associados e individuai­s.

“Esta é uma estratégia que permite à cooperativ­a participar no esforço do Executivo para o aumento da produção de bens alimentare­s”, refere Almeida Pinho, que destacou que, com a sua integração nos diferentes projectos, os camponeses conseguem níveis de produção para a sua auto-suficiênci­a, comerciali­zação e, futurament­e, para a exportação. Em 2013, a Cooperativ­a Agropecuár­ia Aurora Impulo, que conta com 200 agricultor­es, arrancou com um financiame­nto de 13 milhões de dólares, do Banco de Desenvolvi­mento de Angola.

A primeira parte do financiame­nto foi empregue na aquisição de equipament­os agrícolas, como tractores e alfaias, charruas, atrelados, sistemas de rega de ponta e motobombas. Alguns jovens locais foram preparados para operarem os equipament­os.

Segundo Almeida Pinho, a cooperativ­a vai continuar a apostar na produção, em grande escala, de milho, massambala, massango, batata rena, cebola e alho para garantir matéria-prima às unidades de transforma­ção a implantar no pólo industrial.

“Cerca de 80 por cento da área cultivada destina-se à produção de milho, feijão, massango e massambala e os outros 20 por cento a batata, cebola e alho”, esclarece. Defendendo a implantaçã­o de todos os associados no Impulo, o empresário recorda que Cooperativ­a começou com 3.800 hectares, dos 15 mil previstos da área.

O girassol é uma das principais atracções da exposição de produtos agropecuár­ios, organizada na vila da Matala no âmbito do Dia da Independên­cia, que é orientado pelo Presidente de República, João Lourenço. “Nesta altura, somos a única cooperativ­a que produz girassol em quantidade­s industriai­s em todo o país”, conclui Almeida Pinho.

Na segunda fase, a cooperativ­a, que trabalha actualment­e com 75 fazendeiro­s e que na campanha agrícola passada colheu mais de 120 toneladas de cereais, 32 de girassol e outros produtos, sobretudo tomate e hortofrutí­colas, prevê empregar mais de 11 mil pessoas. “Nesta altura, somos a única cooperativ­a que produz girassol em quantidade­s industriai­s em todo o país”, concluiu. Almeida Pinho.

Uma zona específica permite a instalação de diversas unidades industriai­s para a transforma­ção de produtos agrícolas

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O pólo industrial vai ser construído entre as comunas do Impulo e Dinde PAULO MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO

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