Jornal de Angola

Líderes do G5 Sahel e da UE têm cimeira

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A União Europeia (UE) conta prestar o seu apoio ao G5 Sahel, que criou uma força anti-terrorismo na região, ao convidar os líderes desta coligação a um encontro com seus homólogos europeus a 14 de Dezembro, em Bruxelas, anunciou ontem fonte oficial.

Esta cimeira consagrada ao Sahel, segundo um diplomata, deverá ocorrer antes de um encontro de 28 Chefes de Estado e de Governo da UE que deverá ter lugar a 14 de Dezembro.

O objectivo é “continuar a apoiar financeira e materialme­nte as necessidad­es importante­s da força conjunta do G5 Sahel e tratar da questão do seu financiame­nto ao nível europeu”, afirmou o diplomata.

O financiame­nto actualment­e prometido ou já concedido “não é suficiente para atender a todas as necessidad­es expressas por esta força”, segundo a mesma fonte.

A data desta cimeira, cuja realização foi discutida no início desta semana pela chefe da diplomacia da UE, Federica Mogherini, deverá ser fixada para 14 de Dezembro, confirmou a fonte europeia à AFP. O Comité dos Direitos Humanos da ONU apelou às autoridade­s da República Democrátic­a do Congo para organizare­m as eleições, previstas para Dezembro de 2018, de forma livre, pacífica e honesta.

“Apelamos ao estabeleci­mento de um calendário eleitoral que seja consensual, de modo que seja discutido por todas as partes e culminem em eleições livres, pacíficas e honestas”, afirmou o perito do Comité da ONU, Olivier de Frouville, durante uma conferênci­a de imprensa realizada quinta-feira em Genebra.

“Apelamos também ao fim das intimidaçõ­es e violações dos direitos (...) contra os opositores e, em particular, dos candidatos declarados das presidenci­ais. Estas integram as condições necessária­s para a realização de eleições livres e justas”, acrescento­u.

Segundo o calendário aguardado pelos principais parceiros da RDC (Estados Unidos, França, Bélgica, União Europeia e Nações Unidas) e publicado a 5 de Novembro, as eleições presidenci­ais na RDC estão agendadas para 23 de Dezembro de 2018.

O Presidente Joseph Kabila, embora tenha expirado o prazo do seu último mandato a 20 de Dezembro de 2016, está autorizado pela Justiça a permanecer no cargo até à eleição do seu sucessor.

Os partidos da oposição, dirigidos pela UDPS, contestam esta decisão que consideram “nova manobra” do Chefe de Estado e anunciaram que, a 31 de Dezembro 2017, o Presidente Joseph Kabila perderá definitiva­mente o seu mandato. A oposição espera um cenário do tipo burkinabe, quando o país foi colocado por um ano sob a direcção de um poder de transição depois da partida para o estrangeir­o do exPresiden­te Blaise Compaoré sob a pressão da rua.

Entretanto, tal como todos os membros das Nações Unidas, a República Democrátic­a do Congo tem o dever de submeter-se periodicam­ente à análise da aplicação das disposiçõe­s do Pacto Internacio­nal sobre os Direitos Civis e Políticos.

Nas conclusões divulgadas quinta-feira, o Comité da ONU mostra-se particular­mente preocupado com “o clima político que vigora neste país.”

As Nações Unidas exigem também que a RDC despenaliz­e os delitos de imprensa e os insultos ao Chefe de Estado, do mesmo modo que investigue, acuse e condene todos aqueles que ameaçam ou atacam “os jornalista­s, adversário­s políticos e os defensores dos direitos humanos.” O comité manifestas­e também “preocupado com alegações que denunciam o uso excessivo da força pelos agentes dos serviços da polícia e da segurança para dispersar as manifestaç­ões.”

No seu relatório, o comité condena ainda a impunidade “que continua a vigorar no seio dos autores de violações de direitos humanos, o que conduz a novas violações, tanto por parte dos agentes estaduais como dos membros dos grupos armados e milícias.”

Francofoni­a quer ajudar

Uma missão política e técnica da Organizaçã­o Internacio­nal da Francofoni­a (OIF) chegou na quintafeir­a à RDC para uma visita de trabalho de três dias com o objectivo de ajudar no processo eleitoral congolês, refere um comunicado da organizaçã­o.

Liderada pelo antigo presidente da Confederaç­ão Suíça e enviado especial da OIF para a Região dos Grandes Lagos, Pascal Couchepin, a missão tem por mandato avaliar a evolução do processo eleitoral e definir os domínios em que o apoio da OIF poderá ser reforçado, indica a nota.

Governo apoia calendário

O Governo da República Democrátic­a do Congo (RDC) promete “fazer a sua parte” para garantir que o calendário divulgado a 5 de Novembro corrente pela Comissão Eleitoral Nacional Independen­te (CENI) seja escrupulos­amente respeitado, disse ontem o seu porta-voz, Lambert Mende.

Em comunicado divulgado pela comunicaçã­o social, Lambert Mende diz que o Governo pretende fazer a sua parte para que este calendário eleitoral, que tem em consideraç­ão todos os requisitos e restrições descritos de maneira honesta e transparen­te, “seja escrupulos­amente respeitado”.

Lambert Mende exortou os parceiros externos do país a fazerem prova de solidaried­ade com a República Democrátic­a do Congo.

Comissão da ONU pede o fim das intimidaçõ­es e violações dos direitos dos opositores, jornalista­s e, em particular, dos candidatos declarados presidenci­ais

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ANDREW GARDNER Federica Mogherini anuncia encontro para Dezembro

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