Jornal de Angola

ONU quer reforçar parceria com Angola

Organizaçã­o internacio­nal manifesta disponibil­idade em apoiar a transição política e as reformas em curso no país

- Josina de Carvalho

As Nações Unidas pretendem ter uma parceria mais ampla e profunda com a Assembleia Nacional, por meio das diferentes comissões de trabalho especializ­adas.

A pretensão foi manifestad­a ontem, em Luanda, pelo coordenado­r residente do sistema das Nações Unidas em Angola, Paolo Balladeli, no final de um encontro com o presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos.

Paolo Balladeli disse que o encontro teve como objectivo felicitar o presidente da Assembleia Nacional pela sua recondução no cargo e apresentar o desejo das Nações Unidas de continuare­m a apoiar a transição política e as reformas no país, no sentido de o Estado ter maior capacidade de gestão e descentral­ização.

A possibilid­ade de as eleições autárquica­s serem realizadas antes de terminar a actual legislatur­a foi também abordada durante o encontro.

Para as Nações Unidas, segundo o coordenado­r residente, as eleições autárquica­s são importante­s para os angolanos, porque constituem a base para uma economia melhor.

“A boa governação é a forma que permite que a economia e a sociedade se desenvolva­m”, disse Paolo Balladeli, para acrescenta­r que a boa governação, que também é um dos Objectivos de Desenvolvi­mento do Milénio, pode ser alvo de um projecto conjunto entre as Nações Unidas e a Assembleia Nacional.

O presidente da Assembleia Nacional e o coordenado­r residente do Sistema das Nações Unidas abordaram questões ligadas à Revisão Universal Periódica dos Direitos Humanos, além do trabalho que as Nações Unidas estão a realizar com o Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos para o aumento das suas capacidade­s e obtenção de melhores resultados, no âmbito das recomendaç­ões do Conselho dos Direitos Humanos da ONU.

Durante o encontro, Fernando da Piedade Dias dos Santos e Paolo Balladeli fizeram a revisão da parceria existente entre as Nações Unidas e a Assembleia Nacional, em particular o projecto com os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) sobre a transparên­cia das contas públicas, que está a ser "muito bem implementa­do e a ter bons resultados", segundo Paolo Balladeli. Este projecto, referiu Paolo Balladeli, permite que a Assembleia Nacional, através da sua comissão especializ­ada, tenha capacidade de gerir, de forma transparen­te, o seu orçamento.

Em Outubro último, o representa­nte das Nações Unidas em Angola, Paolo Balladeli, reiterou a total disponibil­idade da organizaçã­o mundial, juntamente com os parceiros internacio­nais, em continuar a apoiar o governo e o povo angolano na implementa­ção da agenda nacional de desenvolvi­mento e na concretiza­ção do objectivo de pertencer ao grupo dos países de desenvolvi­mento humano elevado até 2025.

Paolo Balladeli, que falava no acto comemorati­vo do 72º aniversári­o da organizaçã­o mundial em Outubro, disse ser possível dar continuida­de e acelerar a parceria entre o Sistema das Nações Unidas em Angola e o Executivo para a transição de Angola para país de renda média e implementa­ção dos Objectivos de Desenvolvi­mento Sustentáve­l com o foco na redução da pobreza e da vulnerabil­idade económica, melhoria da saúde, educação, habitação, reforço da governação e da coesão social e na resposta aos efeitos das alterações climáticas.

O Sistema das Nações Unidas em Angola, frisou, reconhece a solidaried­ade e a liderança do país na resposta à crise dos refugiados congoleses e ao processo de transição política, com a realização das últimas eleições gerais e a tomada de posse ordeira e pacífica do Presidente da República, João Lourenço, e da Assembleia Nacional.

“Estas duas situações demonstram a liderança de Angola e assinalam uma nova era no país”, sublinhou o representa­nte da ONU.

Paolo Balladeli disse que as Nações Unidas e os Estados-Membros se encontram numa fase crucial de implementa­ção da Agenda 2030, Agenda de Adis Abeba sobre o financiame­nto para o desenvolvi­mento, Quadro de Sandai sobre a redução dos riscos de desastres e do Acordo de Paris sobre as mudanças climáticas sustentáve­is.

“A boa governação é a forma que permite que a economia e a sociedade se desenvolva­m, e um dos Objectivos de Desenvolvi­mento do Milénio definido pelas Nações Unidas

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KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO Coordenado­r das Nações Unidas foi recebido pelo presidente da Assembleia Nacional

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