Santa Rita de Cássia teve estreia enlutada
Competição registou menos saídas de treinadores em relação ao ano do décimo título da equipa militar
A edição do Campeonato Nacional de Futebol da I Divisão, Girabola Zap, terminada há quase um mês, com a consagração do 1º de Agosto como bicampeão, sob a batuta do bósnio Dragan Jovic, ficou marcada pela tragédia ocorrida na cidade do Uíge, na estreia do Santa Rita de Cássia.
A queda do portão do Estádio 4 de Janeiro provocou a morte de 17 pessoas, que pretendiam assistir ao jogo da equipa da casa frente ao candidato à conquista do título, o Recreativo do Libolo.
Durante nove meses de competição, os casos de arbitragem foram frequentes e fizeram manchetes na Comunicação Social, facto que levou o Conselho Central de Árbitros da Federação a suspender alguns juízes envolvidos em casos polémicos. O presidente do órgão, Jorge Mário Fernandes, e colaboradores não tiveram “sossego”.
Em 480 jogos agendados, registouse duas faltas de comparência aplicadas ao Progresso da Lunda-Sul, diante do seu confrade do Sambizanga (20ª jornada, em Saurimo), e Recreativo da Caála, na recepção ao Interclube (26ª jornada, no Huambo). Salários e prémios de jogos em atraso fizeram com que os atletas de ambas as equipas faltassem aos compromissos.
Menos chicotadas
Quanto às chicotadas psicológicas, comparativamente à época passada, houve menos três. Os despedimentos aconteceram no Recreativo da Caála (Alberto Cardeau deu lugar a David Dias), 1º de Maio de Benguela (Hélder Teixeira foi substituído por Agostinho Tramagal), Progresso da Lunda-Sul (Paulo Figueiredo/Albano César), ASA (João Machado/Paulo Saraiva), Santa Rita de Cássia (Jorge Traguil/Hélder Teixeira, rendido por Zé Kalanga), Académica do Lobito (António Alegre/Silvestre Pelé) e Recreativo do Libolo (Vaz Pinto/Pedro Caravela).
Por força dos compromissos dos Palancas Negras, o Girabola Zap registou uma paragem de 40 dias, para acomodar a disputa da Taça Cosafa, na África do Sul, e as eliminatórias do CHAN de Marrocos.
Depois do título inédito em 2005, com Mário Calado, o Sagrada Esperança acabou por ser a equipa sensação do campeonato. Há 12 anos que não aparecia entre os três primeiros classificados.
Cedido pela direcção do Petro de Luanda, Roberto Bianchi acabou por orientar durante oito meses a Selecção Nacional, empreitada que culminou no apuramento para o CHAN
Dos três troféus em disputa, os rubros e negros venceram dois (Supertaça de Angola e Girabola Zap), enquanto os tricolores do Eixo Viário conquistaram a Taça de Angola.
O melhor ataque foi o do Petro de Luanda, 46 golos marcados.
O 1º de Agosto teve a defesa mais sólida, apenas 14 tentos sofridos, em oposição ao JGM do Huambo, pior registo, 55 consentidos.
Cedido pela direcção do Petro de Luanda, Roberto Bianchi acabou por orientar durante oito meses a Selecção Nacional, empreitada que culminou no apuramento para o CHAN. Com 16 golos, o avançado brasileiro Tiago Azulão, dos tricolores, foi o melhor marcador do campeonato, que registou 891 tentos.
Na ponta final da prova, a FAF despromoveu o Progresso da Lunda-Sul, alegadamente por ter utilizado de forma irregular o guarda-redes Cabibi.