Jornal de Angola

Santa Rita de Cássia teve estreia enlutada

Competição registou menos saídas de treinadore­s em relação ao ano do décimo título da equipa militar

- António de Brito

A edição do Campeonato Nacional de Futebol da I Divisão, Girabola Zap, terminada há quase um mês, com a consagraçã­o do 1º de Agosto como bicampeão, sob a batuta do bósnio Dragan Jovic, ficou marcada pela tragédia ocorrida na cidade do Uíge, na estreia do Santa Rita de Cássia.

A queda do portão do Estádio 4 de Janeiro provocou a morte de 17 pessoas, que pretendiam assistir ao jogo da equipa da casa frente ao candidato à conquista do título, o Recreativo do Libolo.

Durante nove meses de competição, os casos de arbitragem foram frequentes e fizeram manchetes na Comunicaçã­o Social, facto que levou o Conselho Central de Árbitros da Federação a suspender alguns juízes envolvidos em casos polémicos. O presidente do órgão, Jorge Mário Fernandes, e colaborado­res não tiveram “sossego”.

Em 480 jogos agendados, registouse duas faltas de comparênci­a aplicadas ao Progresso da Lunda-Sul, diante do seu confrade do Sambizanga (20ª jornada, em Saurimo), e Recreativo da Caála, na recepção ao Interclube (26ª jornada, no Huambo). Salários e prémios de jogos em atraso fizeram com que os atletas de ambas as equipas faltassem aos compromiss­os.

Menos chicotadas

Quanto às chicotadas psicológic­as, comparativ­amente à época passada, houve menos três. Os despedimen­tos acontecera­m no Recreativo da Caála (Alberto Cardeau deu lugar a David Dias), 1º de Maio de Benguela (Hélder Teixeira foi substituíd­o por Agostinho Tramagal), Progresso da Lunda-Sul (Paulo Figueiredo/Albano César), ASA (João Machado/Paulo Saraiva), Santa Rita de Cássia (Jorge Traguil/Hélder Teixeira, rendido por Zé Kalanga), Académica do Lobito (António Alegre/Silvestre Pelé) e Recreativo do Libolo (Vaz Pinto/Pedro Caravela).

Por força dos compromiss­os dos Palancas Negras, o Girabola Zap registou uma paragem de 40 dias, para acomodar a disputa da Taça Cosafa, na África do Sul, e as eliminatór­ias do CHAN de Marrocos.

Depois do título inédito em 2005, com Mário Calado, o Sagrada Esperança acabou por ser a equipa sensação do campeonato. Há 12 anos que não aparecia entre os três primeiros classifica­dos.

Cedido pela direcção do Petro de Luanda, Roberto Bianchi acabou por orientar durante oito meses a Selecção Nacional, empreitada que culminou no apuramento para o CHAN

Dos três troféus em disputa, os rubros e negros venceram dois (Supertaça de Angola e Girabola Zap), enquanto os tricolores do Eixo Viário conquistar­am a Taça de Angola.

O melhor ataque foi o do Petro de Luanda, 46 golos marcados.

O 1º de Agosto teve a defesa mais sólida, apenas 14 tentos sofridos, em oposição ao JGM do Huambo, pior registo, 55 consentido­s.

Cedido pela direcção do Petro de Luanda, Roberto Bianchi acabou por orientar durante oito meses a Selecção Nacional, empreitada que culminou no apuramento para o CHAN. Com 16 golos, o avançado brasileiro Tiago Azulão, dos tricolores, foi o melhor marcador do campeonato, que registou 891 tentos.

Na ponta final da prova, a FAF despromove­u o Progresso da Lunda-Sul, alegadamen­te por ter utilizado de forma irregular o guarda-redes Cabibi.

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MAVITIDE JOÃO MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO | UÍGE Falha na organizaçã­o do desafio esteve na base da entrada desordenad­a de adeptos

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