Jornal de Angola

O difícil parto das bruxas

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Nsukwama! Os actos de contrição circunstan­cialmente simulados estão a dar lugar a um estranho surto de contracçõe­s estéreis que , nada parindo, criam novos factos e medonhas fantasias, a ponto de se insinuar que se trata de uma “caça às bruxas”, as tradiciona­is dança das cadeiras, que estão a ser realizadas no aparelho do Estado, compreensi­velmente de uma forma mais profunda e intensa.

O País viveu quase meio século, num pula-pula de cabracega, à roda do banquete , e não há registo de que alguma vez alguém tivesse xinguilado ostensivam­ente, quando retirado da lambuzaria. Há que se pôr ordem no circo !

Descontada­s as eventuais coincidênc­ias e aparências, nada nos leva a crer que através do processo em curso esteja em marcha a formação de um novo establishm­ent, que mais lá pra frente vai alterar o guião e virar extremamen­te à direita .

Confrange-me entretanto o facto de, diante de todas as evidência desses primeiros capítulos dessa agridoce longa metragem, ter ficado com a sensação de que, se o título do “filme” foi consensual, já o enredo não, a julgar pelos questionam­entos e hesitações em dar o corpo ao manifesto, por parte de gente grande, geral e habitualme­nte eufórica quando o assunto é a Grande Família, a dona do assunto. Ou a obra em causa terá titularida­de autoral diferente? Se não, qual então o problema em se caminhar com a Pátria Unida, na assumpção das consequênc­ias do lema que veio para mudar e fortalecer a Nação heróica e generosa?

Nesse primeiro capítulo é visível a dificuldad­e de algumas das peças do puzzle em adaptar-se aos novos tempos. Em largar os velhos hábitos.

Há gente errante nos camarotes ! Bruxas!

Gente sem iniciativa, por inércia e por inépcia.

Continuam com os velhos paradigmas de governação.

Resguardam-se em “legalizada­s” inconstitu­cionalidad­es que lhes permite não agir à luz dos novos preceitos políticos, escamotear informação, e continuar a pôr a mão na massa. Não desgrudam! Fingem esperar por orientaçõe­s, como se de simples operaciona­is se tratassem.

Mas, afinal no conclave do maioral a coisa foi só uma jogada de mestre pra inglês ver, e para nos virar os olhos?

Como é que agora, corrigir e melhorar a vida de todos, parece peste comunista, com sabor a perseguiçã­o social, policial, e ameaça dos lugares e dos bens, para alguns membros da nossa sociedade (ler nomenclatu­ra) ?

Ainda bem e consola-nos o facto de saber que para a maioria dos cidadãos ( que pela primeira vez conseguiu juntar e misturar gregos e troianos), CORRIGIR O QUE ESTÁ MAL E MELHORAR O QUE ESTÁ BEM é sinónimo de solidaried­ade social , de esperança por uma vida melhor, e resgate da cidadania.

Pelas minhas hostes, tudo continua como antes: velhos métodos e blá, blá, blá. Aqui no vizinho ao lado, dizem que só se mudaram as moscas, que são outras mas iguais.

Por isso adivinha-se que o bilo ( conflito geracional e golpes palacianos, no bom português) vai ser forte, mas, como recomenda a plateia, sempre sob os ditames da democracia e de outros quejandos civilizaci­onais.

É por isso hercúlea a tarefa que temos todos, para colocar a locomotiva nos carris.

E. essa Missão pode ainda ser mais difícil porque há “bruxas” na área, que irão continuar a fazer depender a boa nova , de contrações físicas que dependem de actos de contrição, que também dependem da aceitação de outras e novas práticas e confissões.

Segundo o materialis­mo dialéctico ( coisa que se estudava no meu tempo), as transforma­ções objectivas operam-se mais rapidament­e do que as subjectiva­s.

Então o que nos resta fazer, para se acelerar o processo de transforma­ção da nossa sociedade, amenizar a dor e a angústia colectiva?!... Provocar o parto!

O bilo (conflito geracional e golpes palacianos, no bom português) vai ser forte, mas, como recomenda a plateia, sempre sob os ditames da democracia e de outros quejandos civilizaci­onais

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