FAF ainda analisa perfil do substituto de Bianchi
Novo timoneiro dos Palancas Negras deve ser anunciado na próxima semana em encontro com a Comunicação Social
Com o aproximar do arranque da 5ª edição do Campeonato Africano das Nações (CHAN), a decorrer de13 de Janeiro a 4 de Fevereiro do próximo ano, no Reino de Marrocos, a Selecção Nacional continua sem treinador, depois de Roberto Bianchi ter abdicado do cargo para se dedicar exclusivamente ao Petro de Luanda.
A faltarem 50 dias para o arranque da prova, a direcção da Federação Angolana de Futebol (FAF) analisa ao pormenor o perfil do substituto do hispano-brasileiro, porque o tempo começa a escassear e pode comprometer naturalmente as pretensões da equipa nacional no campeonato, que passam pelo seu apuramento à fase seguinte, apesar de o grupo D ser considerado “da morte”, por integrar os Camarões, Burkina Faso e Congo Brazzaville.
A atravessar uma crise financeira sem precedentes, o elenco liderado por Artur Almeida e Silva, nesta altura, não pode dar-se ao luxo de contratar um treinador estrangeiro e depois não ter como pagar ao seleccionador nacional, face à escassez de divisas no país.
Depois da reunião da próxima segunda-feira, a aposta da FAF deve recair para a “prata da casa2, porque o treinador angolano a ser anunciado na próxima semana, em conferência de imprensa, reúne os requisitos para estar à frente da Selecção Nacional e sabe com que linhas se cozer, no intuito de formar uma equipa coesa, por força dos objectivos assumidos pela direcção federativa.
Antes de embarcar para Istambul (Turquia), onde decorre o seminário executivo da Federação Internacional de Futebol Associado (FIFA), Rui Costa garantiu que na próxima semana é apresentado o novo seleccionador dos Palancas Negras. “Estamos a criar as condições para, na próxima semana, apresentarmos o técnico da Selecção Nacional. O tempo urge e temos de apresentar o treinador”, disse ao nosso Jornal o secretário-geral da FAF.
Contactado pelo Jornal de Angola, João Machado, decano dos treinadores angolanos, diz que a aposta deve recair para o nacional, porque o treinador estrangeiro levaria algum tempo para se adaptar à realidade do futebol angolano. “Sou de opinião que o nacional seria a melhor escolha, a julgar pelos interesses da Selecção Nacional, visto que o CHAN está muito próximo. Se forem dadas ao treinador angolano boas condições, estou convencido de que vai fazer um bom trabalho”, disse, acrescentando: “temos técnicos capazes. Oliveira Gonçalves, treinador angolano, levou Angola ao Mundial de 2006, na Alemanha.”
Apesar do pouco tempo de preparação, o técnico João Machado mostra-se confiante numa excelente campanha do conjunto angolano. “Os jogadores a serem escolhidos, penso, estarão em condições de fazer uma boa prova. Os atletas que mereceram a confiança do seleccionador conhecem-se perfeitamente, pois actuam na competição”, garantiu o treinador.
“Operação Agadir”
Durante a primeira fase do torneio, Angola fica baseada na cidade de Agadir, sede do grupo D. Na estreia, a Selecção Nacional enfrenta no dia 16 a sua similar do Burkina Faso, depois defronta os Camarões a 20 e fecha no dia 24 diante do Congo Brazzaville.
No total, passaram pelos Palancas Negras 31 técnicos, 15 dos quais estrangeiros. Trata-se Skoric Vidic, Petar Knerzevic (jugoslavo), António Clemente (brasileiro), Ruben Garcia (argentino), Jesualdo Ferreira (português), Dusan Kondic (sérvio), Carlos Alhinho (cabo-verdiano), Manuel Gomes “Necas” (português), Vesselin Vesco (sérvio), Djalma Cavalcanti (brasileiro), Ismael Kurtz (brasileiro), Manuel José (português), Hervé Renard (francês), Gustavo Ferrín (uruguaio) e Roberto Bianchi (hispano-brasileiro).
João Machado, decano dos técnicos angolanos, diz que a aposta deve recair para o nacional, porque o estrangeiro levaria algum tempo para se adaptar à realidade