Jornal de Angola

Fábrica de cimento tem baixa produção

Ministro da Construção e Obras Públicas visitou unidade produtiva na Comuna do Bom Jesus numa altura em que a instituiçã­o industrial regista insuficiên­cia de matérias-primas e um funcioname­nto abaixo das capacidade­s instaladas

- Victorino Joaquim

A fábrica de cimento China Internacio­nal Fund (CIFLuanda), localizada na comuna do Bom Jesus, está desde alguns meses a funcionar a 50 por cento da sua capacidade de produção, revelou ontem, em Luanda, um dos seus responsáve­is do grupo empresaria­l chinês em África.

You Hai Ming, que falava à imprensa, no final da visita do ministro da Construção e Obras Públicas ao empreendim­ento, sustentou que o subaprovei­tamento das capacidade­s instaladas está relacionad­o com o baixo fornecimen­to de combustíve­is (Fuel Oil) por parte da Refinaria de Luanda.“A fábrica tem funcionado apenas com uma das duas linhas, o que resulta na produção de 600 toneladas de cimento por dia, devido a dificuldad­es de aquisição de combustíve­l e baixo fornecimen­to de matéria-prima”, disse

Com as duas linhas em funcioname­nto, disse You Hai Ming, a fábrica estará a produzir 1200 toneladas por dia, na sua capacidade máxima. A fábrica não está ligada ao fornecimen­to de energia da rede pública, desde 2014, altura em que entrou em funcioname­nto.

Para o arranque das máquinas, a fábrica necessita de 400 toneladas de combustíve­l por dia, situação que tem sido de elevado custo para a sua aquisição, e que torna o produto final caro: um saco de cimento é comerciali­zado a partir da própria fabrica no valor de 1.300 kwanzas.

A fábrica de cimento China Internacio­nal Fund (CIF –Luanda) esteve paralisada num período de quatro meses, devido à falta de Fuel Oil. Retomou a produção apenas a 29 do mês passado, tendo começado as vendas nos últimos dias.

O ministro da Construção e Obras Públicas, Manuel Tavares, defendeu ontem, durante a visita, a necessidad­e de a Refinaria de Luanda aumentar a capacidade de fornecimen­to do Fuel para que a fábrica de cimento CIF Luanda possa funcionar na sua plena capacidade. “Devido ao fraco abastecime­nto do fuel, a fábrica está a produzir cimento com matérias-primas que permitem apenas o funcioname­nto do forno de uma das linhas de produção. Com o funcioname­nto dos fornos das duas linhas, a fábrica vai produzir na sua plenitude”, acrescento­u o ministro.

Manuel Tavares admitiu que, com o funcioname­nto em máxima capacidade de produção da fábrica, o preço de 1.300 kwanzas comerciali­zado até agora pode ser reduzido para um valor inferior. Até antes da escassez no fornecimen­to de combustíve­is, o saco de cimento era vendido a mil kwanzas ao consumidor final.

Referindo-se aos demais materiais de construção, Manuel Tavares disse que o Ministério da Construção e Obras Públicas está a criar parceria com o Ministério da Indústria, no sentido de, numa primeira fase, apurar as causas que estão na base dos custos elevados destes materiais.

“Temos em agenda visitas já programada­s às fabricas de materiais de construção. Vamos constatar o seu funcioname­nto, bem como os constrangi­mentos para depois se tomar uma decisão”, acrescento­u. Manuel Tavares lamentou o facto de algumas fábricas estarem a funcionar com o abastecime­nto de água em camiões cisternas e com energia de fonte alternativ­o “As fábricas devem funcionar com energia e água fornecida a partir da rede pública”, ordenou. “Acreditamo­s que o fornecimen­to de energia e água da rede pública vai contribuir para que os preços dos materiais de produção tendam a baixar no mercado”, disse.

O ministro realçou o facto de as principais fábricas de cimento, nomeadamen­te de Bom Jesus, do Sumbe e a Cimangola, estarem em funcioname­nto, apesar de não ser em plena capacidade

O ministro admitiu que o problema de bombagem apresentad­o pela refinaria da Luanda na produção de Fuel Oil pode ser resolvido ainda este ano.

Em visita à fábrica de cimento da CIF Luanda, o ministro Manuel Tavares acompanhad­o por altos funcionári­os do seu Ministério, percorreu todas as instalaçõe­s e observou a área de produção, a central eléctrica, entre outras. De seguida, o ministro e sua caravana manteve um encontro com a direcção da fábrica.

A crise no fornecimen­to de combustíve­is às fábricas de cimento passou a ser debelada a partir do dia 10 deste mês quando empresas cimenteira­s China Internatio­nal Fund, no Bom Jesus, e do Cuanza-Sul (FCKS), no Sumbe, passaram a adquirir o Heavy Fuel Oil (HFO), na Refinaria de Luanda, sem necessidad­e de passar pela Cimangola, como era anteriorme­nte. A linha que fornecia o HFO à Cimangola passou a abastecer as fábricas CIF e a do FCKS.

“Na visita foi-nos garantido que até ao dia 10 deste mês o Fuel Oil (HFO) estará disponível para que as empresas o possam adquirir. Do nosso lado está resolvido e começa um novo processo. As fábricas têm condições para o abastecime­nto na Refinaria.

A fábrica tem funcionado apenas com uma das duas linhas, o que resulta na produção de 600 toneladas de cimento por dia

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EDUARDO PEDRO| EDIÇÕES NOVEMBRO Ministro da Construção e Obras Públicas quer fim de abastecime­nto alternativ­o de energia e água às cimenteira­s

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