Fornecimento de energia é insuficiente
Grande parte dos habitantes da capital da província apenas beneficia de energia eléctrica ininterruptamente no período da noite, por falta de capacidade das estações que abastecem toda extensão da capital da província
A capacidade das centrais térmicas do Lubango é insuficiente para abastecer a cidade. As duas centrais produzem 54 megawatts e as necessidades ultrapassam os 60.
As centrais térmicas do Lubango, capital da província da Huíla, precisam de mais de 60 megawatts de potência para o fornecimento de energia eléctrica ininterrupto a todos os habitantes e infra-estruturas da cidade, informou na terçafeira o chefe de departamento de Exploração da Rede Nacional de Transporte de Electricidade (ERNT) local, Ruben Januário.
O responsável da ERNT, que falava à margem da visita do secretário de Estado da Energia e Águas, António da Costa, à estação de Arimba e à subestação de Canguinda, disse que a cidade do Lubango tem uma potência instalada de cerca de 68 megawatts, mas apenas 54 estão operacionais. “O fornecimento de energia à cidade é feito apenas através das centrais térmicas de Arimba, que produz 27 megawatts e da subestação de Canguinda, que tem capacidade de 27, 2 megawatts. Ambas têm potência insuficiente para cobrir as necessidades de mais de 60 megawatts que a cidade precisa. Por isso, não conseguimos fornecer energia permanentemente aos consumidores”, disse.
A cidade do Lubango, segundo Ruben Januário, deixou de receber energia da barragem da Matala, situada a 177 quilómetros, por anomalias na sua albufeira. “Há uma larga temporada que o Lubango não recebe energia da barragem da Matala, por avarias na sua albufeira. A rede de transportação, de lá até ao Lubango, está completamente operacional. Portanto, tão logo sejam resolvidos os problemas na albufeira, a população do Lubango passará a usufruir de energia daquela barragem”, detalhou.
Na sua explanação à imprensa, o responsável da ERNT salientou que a sua instituição continua a fazer por melhorar os serviços, fornecendo luz a várias partes da cidade alternadamente. “Gostaríamos de ter mais energia e distribuir a todos simultaneamente, mas como não é possível por estamos limitados, fornecemos faseadamente . Acredito, contudo, que, com os trabalhos que estão a ser desenvolvidos para ampliação das capacidades das centrais térmicas, o actual quadro vai mudar”, assegurou. Interrogado pela reportagem do Jornal de Angola sobre os investimentos necessários para inverter a actual situação, respondeu que as áreas de produção, transporte e distribuição de energia eléctrica são as que merecem intervenção urgente, sem no entanto revelar os montantes necessários. Mais energia à noite O departamento de Exploração da Rede Nacional de Transporte de Electricidade (ERNT) fornece energia a grande parte da cidade apenas no período das 16h00 às 7h30 , segundo Ruben Januário, que alegou que, enquanto permanecerem as dificuldades aludidas, o fornecimento de luz estará sujeito a restrições. “Apesar de estarmos a fazer forçosamente restrições, temos uma potência disponível para atender aqueles centros de cargas essenciais, incluindo algumas áreas industriais. Portanto, é nesta perspectiva que em muitas áreas da cidade fornecemos apenas a partir das 16 horas até às primeiras horas do dia seguinte”, indicou.
Para os clientes das zonas residenciais, a ERNT optou por fornecer apenas no período da noite, por, segundo Ruben Januário, “ser a altura que a maioria dos consumidores domésticos se concentra em casa.”
Para a quadra festiva, a entidade que distribui energia na cidade do Lubango, esboçou um programa que visa aumentar temporariamente as suas capacidades e, consequentemente, fornecer energia à maioria dos consumidores, permanentemente, durante as festas. “Estamos conscientes de que, durante as festas de Natal e do fim-de-ano, teremos de fazer grandes esforços para garantir energia sistemática a quase toda a população da cidade”, garantiu, sem detalhar os métodos que a ERNT vai utilizar para manter o Lubango aceso no Dia da Família e na noite de Reveillon.
“Estamos conscientes de que, durante as festas de Natal e do fim-de-ano, teremos de fazer grandes esforços para garantir energia sistemática a quase toda a população da cidade”