África deve resolver os próprios problemas
político Herlander Napoleão diz que a barbárie na Líbia deve ser devidamente interpretada pelas elites africanas. “A instabilidade políticosocial, a pobreza extrema, saúde e educação deficitária, má governação e corrupção encorajam não poucos africanos, que tanta falta fazem ao continente, a arriscarem tudo para fugir da miséria em que se encontram.”
A fuga maciça de africanos para fora do continente só vai terminar quando África deixar de depender dos outros, afirma.
“Há a crença que África é o futuro, mas para o ser de facto é necessário que os africanos sejam capazes de resolver os seus próprios problemas e deixem de depender dos outros.
Para Herlander Napoleão, a responsabilidade sobre o caos na Líbia deve ser repartida “com os países e forças que contribuíram grandemente para a desestabilização da Líbia, hoje um falhado, com grupos rebeldes financiados por Estados-nação que criam o caos e o descontrolo das fronteiras.”
O académico Osvaldo Mboco lembra que a Libia é uma zona utilizada por africanos que fogem dos seus países por razões adversas. A Líbia chegou a essa situação, prossegue, depois da invasão militar pelas potências ocidentais, que resultou na criação de um vazio de poder, abrindo espaços para o surgimento de milícias que controlam grandes áreas da Líbia.
Osvaldo Mboco diz que a ONU deve estancar “essa prática nociva com uma missão de verificação e investigação internacional em coordenação com as forças legítimas no país, com a União Africana e os países que fazem fronteira com a Líbia.”
O também docente universitário recorda que, de acordo com a convenção da ONU, o estatuto dos refugiados salvaguarda os direitos fundamentais da pessoa humana.