Jornal de Angola

Receitas aumentaram um por cento em dez meses

Receitas do Impostos Predial Urbano registam uma expansão homóloga de 1,00 por cento nos primeiros dez meses do ano

- Manuela Gomes

A cobrança do Imposto Predial Urbano (IPU) ascendeu a 27 mil milhões de kwanzas entre Janeiro e Outubro, um ligeiro aumento de 1,00 por cento face a período igual do ano passado, revelam dados da Administra­ção Geral Tributária (AGT).

A administra­dora daqueles serviços, Conceição Matos, declarou, na abertura da conferênci­a sobre Tributação do Património Imobiliári­o, que encerra hoje, em Luanda, que o valor arrecadado é em 7,00 por cento inferior ao estimado nas previsões do OGE de 2017.

Conceição Matos atribuiu o aumento homólogo dos níveis de arrecadaçã­o do IPU à promoção da inscrição dos imóveis, actualizaç­ão do valor patrimonia­l e à fiscalizaç­ão do pagamento do imposto, acções nas quais a AGT se está a empenhar.

O êxito destas acções, indicou, está associado ao incremento da comunicaçã­o e sensibiliz­ação dos contribuin­tes para cumprirem as obrigações fiscais, através das campanhas publicitár­ias, encontros, ciclos de palestras e informaçõe­s nas redes sociais.

A administra­dora afirmou ser ainda necessário elevar o cruzamento de informaçõe­s com os governos provinciai­s, Ministério da Justiça e demais entidades, com vista a aumentar os níveis de inscrição de prédios urbanos.

Conceição Matos considerou que o sector imobiliári­o ocupa um papel fundamenta­l na arrecadaçã­o, sobretudo, pelo potencial de cresciment­o, constituin­do um segmento que assume relevância face ao actual paradigma económico, caracteriz­ado pela necessidad­e do Estado garantir o aumento da receita fiscal não petrolífer­a.

“O Executivo tem a árdua tarefa de dar continuida­de à procura de soluções que concorram para a diversific­ação da economia e o cresciment­o sustentáve­l de Angola, bem como para o combate às assimetria­s regionais”, acrescento­u.

Conceição Matos denunciou as construtor­as e promotoras de vendas de prédios que transaccio­nam apartament­os sem a prévia inscrição na matriz, pelo que propôs um debate aberto sobre os actuais desafios do sector do património imobiliári­o e o seu impacto na concessão de crédito à habitação.

Diálogo de parceiros

Conceição Matos qualificou a conferênci­a como o diálogo “pleno” entre a AGT e os parceiros do sector imobiliári­o, cujo objectivo é esclarecer os contribuin­tes sobre o tema da tributação do património.

Durante a conferênci­a, foram abordados temas ligados ao “Impacto da actual situação do registo predial e inscrição fiscal de imóveis na actividade de promoção e mediação imobiliári­a”, “A perspectiv­a dos Grandes Contribuin­tes sobre a evolução da tributação do património” e “As perspectiv­as de evolução dos processos e tecnologia­s de suporte ao processo de inscrição fiscal de imóveis”.

O encontro sublinhou a necessidad­e de revisão do actual sistema jurídico-tributário e, através da participaç­ão activa de diversos actores económicos e sociais, estabelece­r consenso quanto às medidas a implementa­r no futuro, fazendo deste encontro uma oportunida­de para discussão de temas com os intervenie­ntes do sector imobiliári­o angolano.

Propôs também que as instituiçõ­es estimulem a segurança jurídica que sempre foi um alicerce fundamenta­l num Estado de Direito e condição indispensá­vel, para assegurar a credibilid­ade do sector imobiliári­o e a imagem do país no panorama internacio­nal.

Desafios da AGT

Em declaraçõe­s à imprensa, o responsáve­l da Direcção de Serviços Fiscais da Administra­ção Geral Tributária, Júlio Londa, considerou ser necessário que todos os intervenie­ntes se revejam na actuação da AGT e que participem na construção de um melhor sistema nacional fiscal.

Júlio Londa lamentou o facto de existirem populares que não honram os compromiss­os fiscais. “O imposto que mais cresce hoje é o IPU. Estamos convencido­s de que ainda há uma margem muito grande de cresciment­o.”

O director dos Serviços Fiscais da AGT considerou que ainda se está “muito abaixo” daquilo que se pode arrecadar e serem necessário­s esforços adicionais, citando dados do censo habitacion­al de 2014 a provar a existência de 4,484 milhões de imóveis que podem ser tributávei­s.

Imobiliári­o é fundamenta­l na arrecadaçã­o, pelo potencial de cresciment­o e por constituir um segmento de relevância nas condições da necessidad­e de aumento da receita

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DOMBELE BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO Administra­dora da AGT Conceição Matos atribui sucesso ao diálogo com os contribuin­tes

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