Escravatura choca Cimeira
O tráfico de escravos na Líbia, que Angola condenou de forma veemente, foi um dos assuntos de maior destaque da Cimeira que juntou até ontem em Abidjan 80 estadistas africanos e europeus
Os líderes africanos e europeus decidiram estabelecer um “forte compromisso” para reforçar os mecanismos de combate ao drama da imigração clandestina e de mercados de escravos na Líbia. O compromisso foi assumido no final da quinta Cimeira UA-UE, que reuniu durante dois dias os mais altos dirigentes de ambos blocos. “Uma acção humanitária deve ser aplicada o mais rapidamente possível na Líbia” e “as redes de passadores devem ser desmanteladas” declarou o Presidente da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, na sessão de encerramento da Cimeira, que juntou em Abidjan 80 estadistas africanos e europeus.
O Presidente da República, João Lourenço, manteve ontem, em Abidjan, encontros separados com os chefes de Estado da França, Emmanuel Macron, e do Congo, Denis Sassou Nguesso, e o rei do Marrocos, Mohammed VI, com quem discutiu assuntos de interesse bilateral.
Os encontros foram realizados pouco antes de regressar ao país, depois de ter participado na quinta Cimeira entre a União Africana e a União Europeia, que decorreu de 29 a 30 do mês findo, em Abidjan.
O Chefe de Estado fez-se acompanhar da PrimeiraDama da República, Ana Dias Lourenço, de ministros e de membros do seu gabinete. Aproximadamente cinco mil participantes de cinquenta e cinco países africanos e de vinte e oito europeus tomaram parte da cimeira, que discutiu o futuro das relações entre os dois continentes.
As Nações Unidas, representadas ao mais alto nível, pelo Secretário-Geral, António Guterres, e demais organizações internacionais desempenharam, igualmente, um papel bastante interventivo na cimeira que assinala dez anos de parceria entre os dois blocos.
A cimeira, que decorreu sob o lema “Investir na Juventude para um Futuro Sustentável”, foi presidida pelos líderes da União Africana e União Europeia, respectivamente, Alpha Condé e Donald Tusk.
Dados disponibilizados pela União Europeia indicam que o plano de investimentos externos do bloco conjectura aplicações na ordem dos 3,4 mil milhões de euros em África. A cifra não inclui os investimentos privados, que podem rondar os 44 mil milhões de euros, em cinco áreas prioritárias.
A última sessão temática plenária da cimeira foi dedicada à cooperação em matéria de boa governação.