Funcionários da PGR decidem adiar greve
O Sindicato Nacional dos Técnicos de Justiça e Administrativos da Procuradoria Geral da República decidiu ontem, em Luanda, não mais avançar com a greve por tempo indeterminado, na próxima segunda-feira.
A decisão foi avançada pelo secretário-geral do Sindicato, Elias Pinto, no final de uma reunião com os sindicalistas da instituição de justiça, que decidiram adiar a greve, preferindo aguardar pela nomeação do novo Procurador Geral da República a quem devem apresentar as suas preocupações.
Em declarações ao Jornal de Angola, Elias Pinto confirmou que as exigências dos trabalhadores sobre o regime remuneratório remetido ao Executivo não foi aprovado até ao momento. Os funcionários da PGR pretendiam paralisar os trabalhos para reivindicar melhores condições laborais, aumento salarial, promoção e reconversão de categorias. O membro fundador do sindicato e conselheiro da actual direcção, Michael Pete, disse que uma das razões do adiamento da greve prende-se com o facto de “o actual Procurador Geral da República estar neste momento a exercer o cargo de forma ilegal”.
“Está abortada a greve porque não há condições para a sua realização. Não existe Procurador Geral da República. O actual está ilegal por ter concluído, nos termos da lei, o seu mandato”, declarou. Sublinhou que o sindicato espera negociar com o próximo procurador, e caso o mesmo não satisfazer as exigências dos grevistas despoletar-se-á a greve, garantiu o sindicalista.
De acordo com Michel Pete, o Conselho Superior da Magistratura já apresentou ao Presidente da República, João Lourenço, três nomes que podem substituir o actual Procurador Geral da República, João Maria de Sousa. O primeiro anúncio de greve no Ministério Público aconteceu em Abril último, e estava prevista para o dia 17 do mesmo mês. A mesma greve havia sido suspensa no quadro das negociações com a Procuradoria-Geral da República.