Famílias vulneráveis têm meios de trabalho
Projecto, enquadrado no programa de combate à fome e redução da pobreza, conta com o apoio da Administração Municipal e parceiros sociais e visa o fomento do auto-emprego e a segurança alimentar nas comunidades mais vulneráveis da região
Mais de 100 pessoas do município da Humpata, na província da Huíla, beneficiaram ontem de kits de trabalho nas áreas da agricultura, panificação, pastelaria, charcutaria e salão de beleza, no âmbito do projecto de inclusão produtiva.
Os equipamentos, entregues pelo governo, em parceria com o Fundo de Apoio Social (FAS) e União Europeia, estão inseridos no programa de combate à fome e à pobreza, que visa também o investimento nas pessoas para a efectiva descentralização de serviços públicos e para a melhoria de oportunidades económicas da população mais vulnerável.
O director geral do Fundo de Apoio Social, Santinho Figueira, explicou que, à semelhança do que acontece nos municípios de Cacula, Caluquembe, Gambos e Quipungo, a instituição leva a cabo um processo de apoio e reforço das capacidades locais e institucionais, com o apoio da União Europeia.
“Com o apoio da União Europeia, através da Fundação Internacional e Ibero Americana para as Políticas Públicas - FIIAPP, os 105 beneficiários, criteriosamente seleccionados e em situação de vulnerabilidade social, vão ser capacitados em gestão de negócio e associativismo, para aprimorarem as suas aptidões. “Esperamos que contribuam para o aumento dos rendimentos e a criação de mais empregos no seio das comunidades”, disse.
Explicou que nos últimos anos, os investimentos com fundos da União Europeia (UE) permitiram o aumento de infra-estruturas sociais básicas, tais como escolas, postos de saúde, projectos de apoio à produção, com realce para as mangas de vacinação e pontes nos municípios de Caluquembe, Quipungo, Gambos e Humpata. Anunciou que estão em fase de finalização dois projectos sociais no município dos Gambos, onde está a ser construído um posto de saúde na localidade da Luvota e um centro de aconselhamento e informação ao cidadão na sede municipal, que ajudará, em grande medida, a resolver as preocupações relativas ao abandono familiar e à violência doméstica. Garantiu que nos próximos tempos os grandes desafios do Fundo de Apoio Social (FAS) apontam para a implementação de políticas dos agentes de desenvolvimento comunitário e sanitário que visam a identificação e acompanhamento dos modos de vida das famílias. Outro projecto que vai merecer atenção especial, salientou, é o uso de mão-de-obra intensiva local, focalizada em indivíduos com capacidade para o trabalho, gerando rendimentos em períodos de insegurança alimentar e económica.
Em nome dos beneficiários, Georgina Marinete disse que os contemplados, maioritariamente mulheres, têm as portas abertas para contribuírem na melhoria da qualidade de vida das suas famílias. A vice-governadora provincial da Huíla para o sector Político, Social e Económica, Maria João Chipalavela, afirmou que o país tem vindo a trilhar o caminho da diversificação económica, tendo no sector primário a prioridade, facto que implica investimentos em vários domínios da vida económica e social, onde a formação é uma das condições fundamentais para o alcance deste objectivo. “A iniciativa vem de encontro às políticas de fomento à produção e desenvolvimento da economia local, permitindo assim a inclusão económica das populações, com vista ao alcance do desenvolvimento sustentável”, destacou.
Referiu que, para que os próximos anos sejam de desenvolvimento harmonioso em Angola, é essencial estimular a participação das comunidades e a dinamização da economia local.
“É necessário implementar a noção da economia solidária, que tem na auto-gestão o cooperativismo e o associativismo, um elemento de agregação de valores e a inserção social das famílias rurais”, defendeu. Salientou que o fomento da economia local são é via pela qual se pode alcançar o desenvolvimento local, num momento em que o país se abre para a discussão e implementação das autarquias locais.
Os 105 beneficiários, em situação de vulnerabilidade social, vão ser capacitados em gestão de negócios e associativismo, para aprimorarem as suas aptidões