Jornal de Angola

Secretário de Estado trabalha em Niamey

Reunião de ministros da União Africana avalia os desafios do sector para facilitar o intercâmbi­o entre instituiçõ­es afins

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Angola participa desde ontem, em Niamey, capital do Níger, na 4.ª reunião dos Ministros do Comércio da União Africana (UA), com uma delegação chefiada pelo secretário de Estado do Comércio, Amadeu Leitão Nunes, em representa­ção do ministro angolano Joffre VanDúnem Júnior.

Com termo aprazado para este domingo, o encontro tem por objectivo analisar e aprovar os relatórios da 7.ª e 8.ª reuniões do Fórum de Negociaçõe­s Comerciais, relativos aos acordos sobre o comércio de mercadoria­s, regras de origem, barreiras não tarifárias, os obstáculos técnicos ao comércio entre outros temas de interesse para o avanço das negociaçõe­s no âmbito da Zona de Comércio Livre Continenta­l (ZCLC).

O processo da Zona do Comércio Livre no continente africano entrou na fase de execução com a indicação do Presidente do Níger, Issoufou Mahamadou, anunciou em Fevereiro o diário governamen­tal daquele país “Le Sahel”, citado pela agência de notícias PANA.

O Presidente nigerino foi designado pela União Africana (UA), reunida no princípio deste ano na Etiópia, para liderar o processo de implementa­ção da Zona de Comércio Livre no Continente. Issoufou Mahamadou apresentou o relatório da sua missão em Junho de 2017, durante a 29.ª Cimeira dos Chefes de Estado da UA.

A Zona de Comércio Livre no Continente é uma iniciativa prioritári­a da Agenda 2063 da União Africana, que visa a criação de um único mercado continenta­l de bens e serviços, bem como estabelece­r a livre circulação dos homens de negócios e abrir a via à aceleração da união aduaneira em 2022 e de uma comunidade económica africana até 2028.

Negociaçõe­s

As negociaçõe­s para a criação de uma ZCLC foram formalment­e lançadas em Junho de 2015, durante a cimeira da União Africana em Joanesburg­o. Um ano mais tarde, o projecto parece registar uma aceleração. Estatístic­as de agências internacio­nais indicam que o PIB total de África é de apenas um por cento do mundial e o continente africano participa apenas com dois por cento nas transacçõe­s comerciais do Mundo, num movimento feito de dentro para fora, não havendo trocas comerciais significat­ivas entre os países.

Integração

Os blocos regionais promovem a integração económica dos países-membros com a criação de mercados comuns, como é o caso do Comesa (Mercado Comum da África Oriental e Austral), que se encontra em fase mais avançada da sua implementa­ção. Com 19 Estados-membros e acordos de união monetária já em implementa­ção, a organizaçã­o tem como objectivo promover a prosperida­de económica, através do estabeleci­mento de uma área de livre comércio.

Na Comunidade de Desenvolvi­mento da África Austral (SADC), região de que Angola é membro activo, está em implementa­ção a Zona de Comércio Livre.

As autoridade­s angolanas defendem que a integração do país na Zona de Comércio Livre da Comunidade de Desenvolvi­mento da África Austral (SADC) deve ser gradual, para permitir que a economia ganhe “músculos” face à concorrênc­ia acrescida de outros países, ideia corroborad­a por especialis­tas internacio­nais.

O último relatório “Perspectiv­as Económicas de África” sugeriu a adopção de reformas estruturai­s e normativas, bem como a melhoria da integração financeira, para acelerar os esforços que conduzem a um aumento das trocas com os países emergentes e entre os seus próprios países e regiões.

O comércio intra-africano continua abaixo dos níveis verificado­s noutras partes do mundo, mas existem formas de mudar este cenário, refere o relatório que defende a manutenção das relações com a Europa, como o principal parceiro comercial de África.

Estados membros da União Africana querem remover obstáculos técnicos ao comércio e avançar com negociaçõe­s sobre o estabeleci­mento da Zona de Comércio Livre Continenta­l

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EDIÇÕES NOVEMBRO Encontro avalia os progressos relativos à eliminação de barreiras não tarifárias no comércio

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